Primeiro Zema silenciou a voz do povo e agora tenta aprovar, a todo custo, o Projeto de Lei 4.380/2025, que dará luz verde à venda da estatal.
O governo de Romeu Zema (Novo) está em uma corrida desesperada e controversa para privatizar a Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa), atropelando regras democráticas e acelerando o processo.
Primeiro, Zema silenciou a voz do povo, ao retirar da Constituição mineira da obrigatoriedade de realização de referendo popular para a privatização da água. Agora, tenta aprovar, a todo custo, o Projeto de Lei (PL) 4.380/2025, que dará luz verde à venda da estatal.
Enquanto o bloco de oposição faz a obstrução para evitar o avanço do projeto na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), parlamentares da base aliada de Zema se calam. A postura reforça a percepção de que o governo busca evitar o debate democrático sobre a privatização de um serviço essencial.
Sem estudo técnico
Durante todo o processo de obstrução, o Bloco Democracia e Luta tem chamado atenção para a fragilidade do projeto. Para a oposição, o plano, que tem apenas duas páginas, carece totalmente de estudos técnicos sólidos que justifiquem a decisão de desestatizar uma companhia de saneamento essencial.
Os parlamentares elevam o tom de crítica e disparam um alerta urgente contra as consequências da venda:
Risco iminente de tarifas mais altas: A privatização pode resultar em um aumento imediato e significativo nas contas de água e esgoto para a população.
Comprometimento da qualidade dos serviços: Há um risco real de piora na qualidade dos serviços de água, coleta e tratamento de esgoto, conforme demonstrado por “experiências desastrosas” de privatização em outros estados.
Outra preocupação manifestada é com relação à continuidade dos contratos da Copasa. No caso de Belo Horizonte, por exemplo, a manutenção do controle acionário pelo Estado é uma condição contratual para a prestação do serviço, e a prefeitura não foi consultada sobre a proposta de venda.
Uma das reivindicações do Bloco Democracia e Luta é que haja tempo para a realização de, pelo menos, uma audiência pública para ouvir os prefeitos dos municípios que possuem contratos com a Copasa.
População rejeita privatização
A tramitação do projeto de privatização da Copasa na ALMG já começou sob o repúdio popular esmagador. Uma pesquisa de opinião online disponibilizada pela própria Casa demonstra a forte oposição ao plano do governo Zem. Até as 18h desta terça-feira (25/11), mais de 9350 pessoas haviam se manifestado categoricamente contra a proposta. Em contraste, apenas 180 se posicionaram a favor.
Os números revelam que a cada 52 votos contrários, há apenas 1 voto favorável. Este resultado contundente na enquete oficial da ALMG sublinha a intensa resistência da população mineira à venda da estatal.
A enquete está disponível na página do projeto.