Escrito por: Sind-UTE/MG
Educadoras e educadores participam de Encontro Estadual promovido pelo Sind-UTE/MG
Encontro Estadual de Aposentadas e Aposentados promovido pelo Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE/MG) foi aberto com casa lotada, na quarta-feira (29), no Hotel Tauá, em Caeté, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. O evento reúne mais de mil participantes e foi uma das demandas tiradas em Conselho Geral e Assembleia Estadual promovidos pelo Sindicato este ano. O Encontro Estadual termina nesta sexta-feira (31).
Ao felicitar os participantes do Encontro, a diretora estadual do Sind-UTE/MG e coordenadora do departamento de Formação Política, Pedagógica e Sindical, Feliciana Saldanha conclamou: “Cumprimentamos a cada um que ajuda e contribui de forma efetiva para construir esse grande Sindicato, que só existe hoje graças à participação de todos vocês. Reencontrá-los é um grande prazer para toda a direção do Sind-UTE/MG. Saiamos daqui renovados/as pela luta que fazemos hoje e pelas muitas que virão! Tempos difíceis vivemos, mas é preciso força para encarar o que nos espera pela frente”, disse.
Em seguida, lembrou-se do descaso pelo qual a categoria da educação vive e citou os aposentados e as aposentadas que estão vivenciando uma relação difícil com o governo estadual no tocante aos atrasos de pagamento de salários. “Só iremos conseguir reverter essa situação se estivermos organizados na luta”. A plateia respondeu com a aprovação de uma Moção de Repúdio ao Governo do Estado pelo descaso e o não pagamento dos salários de acordo com a tabela de escalonamento por ele mesmo anunciado.
Na mesa de boas-vindas a diretora estadual do Sind-UTE/MG, Ana Lúcia Moreira, representando a Fenapi – Federação Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos, destacou a relevância e o papel dessa categoria. “Cumprimento a cada um de vocês, lembrando que não somos inativos como muitos insistem em dizer. Precisamos mudar esse discurso e a forma de pensar”.
Marilda de Abreu Araújo, coordenadora do Departamento Administrativo e Financeiro do Sind-UTE/MG, em nome da CNTE – Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação, ressaltou o quando os/as aposentados/as são necessários/as na luta coletiva de toda a educação pública estadual e destacou que o Sindicato sempre investiu nessa categoria porque reconhece a importância de quem ajudou a construir essa base tão forte. “A CNTE dá boas-vindas a todos/as os/as presentes, na certeza de que lutando juntos vamos nos fortalecer cada vez mais”.
Impactos da retirada de direitos na vida dos/as aposentados/as
Na abertura do Encontro, uma mesa de trabalhos para falar dos desafios frente aos impactos da retirada de direitos na vida dos aposentados e aposentadas, com o técnico do Dieese na Subseção da CUT/MG, Frederico Melo.
As diretoras estaduais Nivalda Perobelli, coordenadora da Subsede Juiz de Fora e Maria Helena Gabriel, coordenadora da Subsede Uberaba, também lembraram alguns desafios da classe trabalhadora nesse momento de ataque e retirada de direitos e pontuaram porque é necessário fazer esse debate. Daí se explica o convite ao Frederico Melo para falar sobre esse assunto na abertura dos trabalhos.
Somos ipês!
Maria Helena Gabriel, ao referenciar a importância desse segmento da educação para o Sind-UTE/MG e para a sociedade, lembrou que não existe jovem que vai dizer que construiu a história da educação pública em Minas a partir deles mesmos. “Vão construir a partir de nós, do que fizemos. Somos ativos, somos ipês e podemos florir e embelezar este mundo de todas as cores”.
O técnico da Subseção do Dieese da CUT/MG, Frederico Melo, falou dos impactos da retirada de direitos na vida dos aposentados e aposentadas. Ele destacou que hoje, no país pós-golpe de 2016, vários direitos estão ameaçados. Citou algumas mudanças impostas pelo governo federal e como elas vão atingir a classe trabalhadora, em especial aposentados e aposentadas:
A Proposta de Emenda à Constituição 95, a PEC do teto dos gastos, também foi detalhada por Frederico Melo, que explicou o que corre risco de acabar com essa medida nos próximos 20 anos.
Além de direitos civis, políticos e sociais, a PEC da Morte também coloca em risco os direitos humanos e por isso é necessário fazer a luta. Segundo Frederico Melo ela ataca mais às mulheres, uma vez que reduz o atendimento à saúde, assistência e educação. “Quem vai arcar com atendimento às pessoas portadoras de deficiência e aos idosos? São as famílias. E nas famílias, quem são as pessoas que hoje seguram a barra? Via de regra são as mulheres e os aposentados/as. Então essa medida traz muitos prejuízos a todos vocês”, ressaltou:
Outra medida do governo Michel e que também impacta a vida da classe trabalhadora é a Reforma Antitrabalhista, que tanto atinge os direitos vinculados à CLT – Consolidação das Leis Trabalhistas quanto os servidores públicos , sendo a revisão da estabilidade um sinal de que isso é realmente possível. “Não é à toa que a riqueza em nosso país está concentrada nas mãos de poucas pessoas. O capitalismo concentrador de renda e de riqueza transforma direitos em mercadoria. Isso faz aprofundar a desigualdade social e se a gente não resistir a situação será cada vez mais caótica”, alertou.