Escrito por: Rogério Hilário, com informações do Sindipetro/MG
Na manifestação, trabalhadoras e trabalhadores e apoiadores denunciaram o sucateamento da refinaria com vistas à privatização e a falta de transparência da Petrobras sobre o processo de venda da empresa
Em protesto contra a venda da Refinaria Gabriel Passos (Regap), em Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), a categoria petroleira de Minas Gerais, a Central Única dos Trabalhadores (CUT/MG), representantes dos movimentos sindical, sociais e populares, de 13 entidades de petroleiros de outros estados filiadas à Federação Única dos Petroleiros (FUP) e à Federação Nacional dos Petroleiros (FNP) e parlamentares se uniram em um ato na manhã desta segunda-feira, 18 de julho, no gramado da refinaria.
Além da mobilização em Minas Gerais, também houve atos contra a venda da Regap em diversas bases da FUP, como a Lubnor, no Ceará, a Refinaria Abreu e Lima (Rnest), em Pernambuco, a Refinaria de Capuava, em Mauá/SP, a Refinaria Duque de Caxias (Reduc), na Baixada Fluminense (RJ), a Refinaria Alberto Pasqualini (Refap), no Rio Grande do Sul, entre outras.
Na manifestação, trabalhadoras e trabalhadores e apoiadores denunciaram o sucateamento da Regap com vistas à privatização e a falta de transparência da Petrobras sobre o processo de venda da empresa. A privatização da refinaria terá consequências para os trabalhadores e sociedade, representando elevação no preço dos combustíveis.
Petroleiras e petroleiros da Regap aprovaram, em assembleias, estado de greve contra a privatização da empresa e por melhores condições de trabalho. O Sindicato dos Petroleiros de Minas Gerais (Sindipetro/MG) aguarda retorno da gerência geral da empresa para a abertura de uma mesa de negociação sobre pauta específica encaminhada e esclarecimentos sobre a iminente venda da refinaria.
“A nossa luta na grama por si só não vence a privatização, mas ela que constrói uma Petrobrás com um projeto popular a longo prazo”, afirmou o coordenador geral do Sindipetro/MG, Alexandre Finamori, na abertura do ato nacional contra a venda da Refinaria Gabriel Passos (Regap).
Petroleiras e petroleiros da ativa, em estado de greve, e aposentados além das diversas entidades presentes manifestaram repúdio às privatizações de refinarias da Petrobras e reforçaram a importância de a empresa ficar em Minas.
“Para evitar que processo de privatização avance com a assinatura, que é o primeiro passo, precisamos estar em luta e resistência. E é importante que esse debate seja levado para àqueles companheiros que não participaram das assembleias e desse ato, para que todos se unam à essa luta e que cada trabalhadora e trabalhador também compreenda o seu papel até o dia 2 de outubro”, reforçou o coordenador-geral da FUP, Deyvid Bacelar. A FUP vem alertando que, se o governo e o Congresso Nacional derem andamento a qualquer proposta de privatização da Petrobras, o país enfrentará a maior greve da história.
“Não vamos admitir mais nenhuma privatização. A Regap é nossa. A Regap fica. A Regap é do Brasil”, Adaedson Costa, afirmou o Coordenador geral da Federação Nacional dos Petroleiros (FNP), que também apoiou o ato no gramado da refinaria. Também participou do ato na Regap a pretroleira Miriam Cabreira, presidenta do Sindipetro\RS. “As refinarias são extremamente importantes para manter a Petrobrás integrada e para fazer com que ela possa voltar a servir o povo brasileiro. É por isso que estamos na luta pela Regap, mas também pelas outras refinarias também estão colocadas à venda, como a Refap, Repar e RNEST", disse.
“Estamos aqui hoje, no gramado da Regap, para fazer o debate sobre o que o governo federal tem feito com o Sistema Petrobras, na tentativa de privatizar e vender a empresa. Hoje temos a participação de companheiras e companheiros de todo o Brasil, juntamente com os movimentos sociais e sindical denunciando o governo Bolsonaro e sua tentativa de acabar com a Petrobras, o mesmo que tem feito com a Eletrobrás. No mesmo processo, tenta desfazer os Correios e privatizar o Metrô de Belo Horizonte. Estamos na resistência, na luta para manter a Petrobras como empresa pública, assim como a Eletrobrás, os Correios e o Metrô, para que o próximo governo – nós vamos derrotar o Bolsonaro – tenha condições de usar as empresas públicas para alavancar o desenvolvimento do Brasil”, disse o presidente da CUT/MG, Jairo Nogueira Filho.
“Há pouco tempo, estávamos discutindo o investimento do dinheiro do pré-sal para a saúde e a educação, o que seria uma revolução no Brasil. Hoje vemos a redução ICMS nos preços dos combustíveis, sem que houvesse uma discussão de como este dinheiro será reposto. Estão tirando dinheiro da educação e da saúde. É a destruição do nosso país e temos que dar um basta nisso. E para resolver isso precisamos da Petrobras enquanto empresa pública e forte, para manter a soberania deste país. Petroleiras e petroleiros estão de parabéns pela atividade de hoje”, concluiu o presidente da CUT/MG.
Na avaliação do coordenador do Sindipetro/MG, Alexandre Finamori, o ato foi muito importante para mostrar a unidade da luta da categoria. “Reafirmou a nossa energia de luta em defesa da Regap e, também, foi um espaço de denúncia para a sociedade, mostrando os prejuízos da privatização”, afirmou.