Escrito por: Rogério Hilário, com informações da Aprosmig
Cida Vieira, da Aprosmig, denuncia o sofrimento das prostitutas e o descaso das autoridades durante a pandemia de Covid 19
A Associação das Prostitutas de Minas Gerais (Aposmig) realizou, no final da tarde desta quinta-feira, 2 de junho, Ato do Dia Internacional das Prostitutas, na Rua Guaicurus, no Centro de Belo Horizonte. Neste dia, em 1975, na cidade de Lyon, na França, 100 prostitutas se mobilizaram com a putafobia e outras violências, incluindo a repressão e o descaso do estado em protegê-las contra crimes e assassinatos que estavam ocorrendo na época.
Elas ocuparam a igreja de Saint Nizier, em protesto, e lá permaneceram por oito dias. O ato permitiu que as vozes das prostitutas ecoassem até os dias atuais na luta por direitos e políticas públicas, contra o estigma, o preconceito, a putafobia e outras fobias, formas de violência e exploração.
“Agradecemos a todas as entidades que nos ajudaram no ato deste ano e muito à CUT Minas. Não podemos continuar sendo ignoradas, discriminadas. As prostitutas vêm sofrendo muito os efeitos da pandemia de Covid 19, não apenas na questão da saúde. A clientela caiu 75% e, agora, o movimento continua baixo. A Aprosmig tem feito várias campanhas para garantir a sobrevivência das meninas e seus filhos. Fizemos a campanha de Natal, com a Cruz Vermelha nos ajudando. Conseguimos cestas básicas e leite para as crianças. Pedimos doações de enxovais para pessoas, roupas e outros itens”, disse Maria Aparecida Menezes Vieira, Cida Vieira, presidenta da Aprosmig.
“Mas, a situação está muito difícil. As pessoas estão com medo, têm que usar máscara, é um abre e fecha e não sabemos como vai ficar. Temos feito campanhas para que as meninas se vacinem e levem seus filhos para vacinar. Prostitutas não têm qualquer amparo do Estado. Vivemos um desgoverno. Estão matando o povo e ainda mais as prostitutas, que sempre foram discriminadas. Não tem nenhuma política pública nesta questão”, denunciou.
As prostitutas seguem desde então na luta por direitos.
Afinal, direitos das prostitutas também são direitos:
- Das mulheres;
- Das pessoas pretas;
- De pessoas LGBTQIA+;
- Das pessoas trans;
- De pessoas em situação de rua;
- Direitos sexuais e reprodutivos;
DIREITOS DE PROSTITUTAS SÃO DIREITOS HUMANOS TAMBÉM!
SOMOS SUJEITAS DE NOSSA HISTÓRIA E PUTAS MULHERES DE LUTA!
Agradecemos a todas as pessoas e entidades que contribuíram para este ato! Seguimos juntes e resistindo!