Escrito por: Rogério Hilário, com informações da Câmara Municipal
Centrais sindicais, movimentos sociais e populares, parlamentares e representantes do governo federal se uniram, na tarde de sexta-feira, 31 de março, em frente ao Memorial dos Direitos Humanos
Centrais sindicais, movimentos sociais e populares, parlamentares e representantes do governo federal se uniram, na tarde de sexta-feira, 31 de março, em frente ao Memorial dos Direitos Humanos (antigo Departamento de Ordem Política e Social, Dops, prédio símbolo da repressão em Minas Gerais durante a ditadura militar), em Belo Horizonte, no lançamento do movimento “BH, seu nome é democracia”.
Ex-presos políticos, militantes e lideranças da época se juntaram aos jovens e lideranças atuais para honrar a memória daquelas e daqueles que lutaram pela liberdade, por direitos e por um Brasil com Justiça. Muitos dos homenageados foram assassinatos pelo aparato repressivo do Estado arbitrário. Um passado que ameaçou ressurgir no dia 8 de janeiro, com as invasões e o vandalismo nas sedes dos três poderes em Brasília, praticados por golpistas bolsonaristas. Os manifestantes, que se uniram para gritar “ditadura nunca mais”, reafirmaram o compromisso de defender e aprofundar a democracia, constantemente atacada nos últimos quatro anos, e seguir na luta por direitos para o povo brasileiro, ao lado do presidente Lula.
Participaram do ato o presidente da Central Única dos Trabalhadores de Minas Gerais (CUT/MG), Jairo Nogueira Filho, a deputada estadual Beatriz Cerqueira (PT), os deputados federais Patrus Ananias (PT) e Rogério Correia (PT), Carlos Calazans, da Superintendência Regional de Trabalho e em Emprego (SRTE-MG), representando o governo federal, entre outros.
O protesto, que acontece há anos, chamou a atenção para os milhares de cidadãos e cidadãs que enfrentaram a ditadura e lutaram pela democracia, mas não têm sua história reconhecida. Além disso, nem mesmo os torturadores foram punidos.
O imóvel do antigo Dops, que fica na Avenida Afonso Pena, 2.351, região Central de Belo Horizonte, é tombado como patrimônio histórico desde 2013. A intenção é que ele se transforme no Memorial dos Direitos Humanos Casa da Liberdade, abrigando o acervo documental produzido pelas agências de repressão, com espaços para eventos culturais e seminários. Porém, sua data de inauguração nunca foi definida.
Após a realização do ato, parte dos manifestantes participaram, na Câmara Municipal de Belo Horizonte, do lançamento da Frente Parlamentar em Defesa da Democracia, que teve como lema a mobilização a favor das instituições democráticas. Nove vereadores compõem a frente.
A data foi escolhida para marcar posição contra as forças políticas que, em 1964, apoiaram o golpe militar, que deu origem à ditadura que durou 21 anos. Hoje, a extrema-direita, o militarismo e setores empresariais apoiam novamente uma política fascista, representada pelo bolsonarismo.
“Vamos juntar todas as forças democráticas da cidade. Todo mundo que tenha a disposição de se unificar contra a extrema-direita. Por isso, tem uma grande importância política”, explicou o vereador Bruno Pedralva (PT), um dos integrantes da frente.
Além de Pedralva, integram a Frente Parlamentar em Defesa da Democracia os vereadores Bruno Miranda (PDT), Cida Falabella (PSOL), Dr. Célio Frois (PSC), Helinho da Farmácia (PSD), Gilson Guimarães (Rede), Iza Lourença (PSOL), Miltinho CGE (PDT), Pedro Patrus (PT) e Wagner Ferreira (PDT).