Escrito por: Rogério Hilário, com informações da Frente Brasil Popular
Panfletagem, diálogo com a população e Ato Político no Armazém do Campo são realizados na capital mineira
A Caravana do Semiárido contra a Fome realizou, nesta segunda-feira, 30 de julho, Ato Político no Armazém do Campo, do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), no bairro Barro Preto, em Belo Horizonte. Os integrantes da caravana fizeram, à tarde, panfletagem, dialogaram com a população, na Praça Sete, Região Central da capital mineira, e participaram da Atividade de Cartas ao Lula, na Tenda da Democracia. A caravana, iniciada em Caetés, no agreste de Pernambuco, terra natal do ex-presidente, no dia 27 de julho, já passou por Feira de Santana, no fim de semana, e segue para São Paulo. Depois passará pela Vigília Lula Livre, em Curitiba, no Paraná, e terá como destino final Brasília, no dia 6 de agosto, quando os manifestantes pretendem denunciar a situação do semiárido ao Supremo Tribunal Federal (STF). Serão mais de 4.300 quilômetros percorridos.
“Estamos denunciando a volta da fome no semiárido. São 12 milhões de pessoas na miséria, tanto no Nordeste quanto em Minas Gerais. As lutas contra a prisão de Lula e pela retomada da democracia fazem parte da nossa pauta, pois entendemos que somente com a eleição do ex-presidente podemos reverter este quadro, com políticas públicas, com o crescimento da oferta de emprego. Com golpe, a fome voltou a assombrar este país, principalmente o semiárido que abrange todos os Estados do Nordeste e Minas Gerais”, disse Fátima Borba, do MST da Paraíba. A Caravana do Semiárido é organizada pela Articulação do Semiárido Brasileiro, Contag e MST, com apoio da Frente Brasil Popular.
Segundo a Pesquisa Nacional por Amostragem Domiciliar (PNAD), em 2014 haviam 5 milhões de brasileiros abaixo da linha da pobreza. Dados da mesma pesquisa em 2017, mostram que esta estatística teve seu número elevado para 11 milhões. Comparados, os números revelam que o golpe , além de retirar direitos, está levando milhões de brasileiros a terem violados seus direitos humanos mais fundamentais, através da convivência com a fome e a miséria, ameaçando a volta do país ao Mapa da Fome da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), do qual já não fazia parte desde o ano de 2014.
Diante desse cenário, organizações, redes e movimentos sociais do campo popular e democrático do Semiárido organizaram a Caravana do semiárido contra a fome, que cruzará o país denunciando essa violação e lembrando os avanços e conquistas que milhares de famílias obtiveram à partir do acesso à água, ao crédito, e assistência técnica, nos últimos anos.