Escrito por: Rogério Hilário, com informações do Sindipetro/MG, Rádio Itatiaia e Hoje em Dia

Ato unificado contra alta dos preços dos combustíveis e a dolarização do petróleo

Manifestação conjunta de petroleiras, petroleiros, CUT Minas, sindicatos, movimentos sociais, populares e estudantis é realizada na portaria da Regap, em Betim

Leo Costa

Em ato organizado pelo Sindicato dos Petroleiros de Minas Gerais (Sindipetro/MG) e pela Federação Única dos Petroleiros (FUP), em nível nacional, a Central Única dos Trabalhadores (CUT/MG), sindicatos representantes de várias categorias e movimentos sociais, estudantis e populares se uniram na manhã desta sexta-feira, 25 de março, na portaria da Refinaria Gabriel Passos (Regap, em Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), para protestar contra os altos preços dos combustíveis e do gás de cozinha e defender uma vida digna para o povo brasileiro. Participaram da manifestação, entre outras entidades, o Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação (Sind-UTE/MG), o MLB e o MST.

Desde 11 de março, quando a Petrobras anunciou um dos maiores aumentos no preço de combustíveis, a insatisfação da população é crescente. O aumento abusivo dos combustíveis impacta a inflação e aprofunda a crise econômica vivida pelos brasileiros, durante o governo Bolsonaro.

Combustíveis caros aprofundam a fome e o desemprego. O preço alto do diesel afeta os caminhoneiros e, por sua vez, impacta os preços dos alimentos. Somado ao aumento do preço do botijão de gás de cozinha, as famílias mais pobres são as mais prejudicadas. O uso da lenha para cozinhar, em alguns casos, é uma triste ilustração desse quadro.

“É um ato de repúdio ao desmonte da Petrobras, ao aumento dos combustíveis e contra a precarização da vida. A Petrobras, em 2021, teve lucro de R$ 106 bilhões em plena crise da pandemia, com lucro de mais de R$ 100 bilhões. Esse lucro foi a partir do sofrimento população. Os últimos dados, de 2019, mostram que mais de 14 milhões de famílias, de residências, não tinham acesso ao gás de cozinha. Combustíveis caros aprofundam a fome e o desemprego. O preço alto do diesel afeta os caminhoneiros e, por sua vez, impacta os preços dos alimentos. Somado ao aumento do preço do botijão de gás de cozinha, as famílias mais pobres são as mais prejudicadas. O uso da lenha para cozinhar, em alguns casos, é uma triste ilustração desse quadro”, afirmou Alexandre Finamori coordenador do Sindipetro/MG. 

A política de preços da Petrobras, baseada no mercado internacional, também foi criticada pela categoria. "Em torno de 95% do petróleo aqui na refinaria é brasileiro e tirado a 7 dólares. E o Bolsonaro vende para população como se fosse em torno cento e poucos dólares, que é o valor internacional. Nós temos o petróleo, temos a refinaria em Betim, nós podemos vender mais barato para população mineira. O petróleo é produzido no Brasil e não há motivo para que os preços dos combustíveis sejam dolarizados. A política de preços da Petrobras precisa mudar e a empresa deve se preocupar menos com os Lucros dos acionistas mais com a sua função social”, disse Finamori.

“Estamos aqui num ato muito simbólico. Parabéns ao Sindimetro, à FUP pela organização nacional. Uma manifestação muito forte na porta da Regap, a nossa refinaria, que está sendo subutilizada pelo governo Bolsonaro, na tentativa de privatizar a refinaria, no processo que faz de dolarização do petróleo e de entrega de tudo que é do povo brasileiro. Este governo frouxo, governo entreguista, que não tem coragem de enfrentar o grande capital. E não foi eleito para isso também. O interesse dele é favorecer o grande capital. E ele está fazendo o seu papel, o que prometeu nas eleições, enganando o povo com fake News”, disse o presidente da CUT/MG, Jairo Nogueira.

“É nosso papel reverter isso, pessoal. Fazer um debate ampliado parar e reverter tudo que está acontecendo no Brasil. A privatização da Petrobras nós conseguimos dar uma parada. O Sistema Eletrobrás nós conseguimos segurar também. Correios estamos segurando. Estamos na resistência a nível nacional. Mas estamos avançando. Com a quantidade de atos, greves, movimentos e manifestações da população, que está recuando agora é o governo Bolsonaro. Quem está acuado em um canto é o governo Bolsonaro. Temos que ampliar essa questão entre nós, com mais pessoas. Ir para as periferias, conversar com as pessoas, pois muitos não têm informações. Mostrar para a população que não dá para ficar mais com esse governo”, enfatizou Jairo Nogueira.