Empresários dão as costas e vão embora de seminário durante fala de diretor da CUT Minas
A audiência pública do seminário ‘Alternativas para o fim da escala de trabalho 6x1’, realizada na Assembleia Legislativa de Minas Gerais nesta terça-feira (15/12), ficou marcada pelo vexame promovido por empresários que se recusaram a dialogar com representantes dos trabalhadores.
Durante a fala de Sebastião da Silva Maria (Tiãozinho), diretor da CUT Minas, que expôs os reais interesses do patronato, que defende a manutenção de uma jornada exaustiva para trabalhadores e trabalhadoras, os empresários recusaram o diálogo e comprovaram sua face autoritária ao se retirarem do recinto.
“Para entender a escala 6x1, precisamos pôr os pés nas ruas, entrar em cada loja, em cada supermercado e conversar com as pessoas. O projeto que visa reduzir a jornada não se trata de dar uma canetada no setor produtivo, mas de acabar com um regime de escravidão. Essa jornada 6x1 escraviza, adoece e mata pessoas”, apontou Sebastião.
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Tiãozinho expôs aos presentes como o fim da jornada 6x1 já é uma realidade em vários países e representa a liberdade da classe trabalhadora. “A quem interessa essa jornada 6x1? Aos trabalhadores? Países como China, Japão, Inglaterra, Espanha, Alemanha e, até mesmo no Brasil, empresas de sucesso já funcionam com a escala 4x3. Eu vim aqui para falar e mexer com vocês (empresários) mesmo. O trabalho tem que servir para dignificar o homem e a mulher, não para matar. Quero trabalhar para ter direito à comida, à diversão e à arte. Manifesto aqui o apoio da CUT Minas ao fim da jornada 6x1, e que venha a jornada 4x3.”
A audiência foi realizada na ALMG pela Comissão do Trabalho da Câmara dos Deputados, em parceria com a Comissão do Trabalho, da Previdência e da Assistência Social do Parlamento mineiro.
Recentemente, foi aprovada a Proposta de Emenda à Constituição Federal (PEC) nº 148/15, que tramita atualmente no Senado Federal.