Escrito por: Nilza Murari - Sinait e Rosana Zica, mandato da deputada estadual Beatriz Cerqueira
Foram detectados quase 200 trabalhadores com teste positivo. Fiscalização exige testagem de todos os trabalhadores da Vale e terceirizados e implementação de programa de vigilância epidemiológica
Auditores-fiscais do Trabalho da Superintendência Regional do Trabalho de Minas Gerais – SRT/MG interditaram nesta quarta-feira, 27 de maio, as Minas de Conceição, Cauê e Periquito da empresa Vale SA na cidade de Itabira (MG). Após denúncia de elevado número de trabalhadores infectados pelo novo coronavírus no local, a fiscalização iniciada na segunda-feira, 25 de maio, identificou várias irregularidades que propiciavam a disseminação do novo coronavírus no ambiente laboral.
Até por volta do meio dia da última segunda-feira, já havia quase 200 trabalhadores diagnosticados com exame positivo para o novo coronavírus na Mina, o que representa aproximadamente 9% dos trabalhadores testados.
Diante do cenário identificado pelos auditores-fiscais do Trabalho, que coloca os trabalhadores da Vale e das empresas terceiras em uma situação de grave e iminente risco, foi determinada a interdição de todo o complexo minerador até que medidas adicionais para conter a disseminação do vírus entre os trabalhadores sejam implementadas.
Dentre as medidas exigidas pela fiscalização estão a testagem de todos os trabalhadores da Vale e das empresas terceirizadas que estão em atividade nas minas, a implementação de um programa de vigilância epidemiológica e melhorias nas medidas de distanciamento social.
Interdição confirma risco da mineração na pandemia
A interdição de três minas do complexo minerador da Vale S.A em Itabira, nessa quarta-feira, 27, comprova, na avaliação da deputada estadual Beatriz Cerqueira, o elevado risco de contagio nesses locais de trabalho.
A parlamentar apresentou o Requerimento N° 5271/2020 que solicita do governo do Estado providências para que as mineradoras suspendam imediatamente as suas atividades, durante a pandemia, com a garantida de emprego para os trabalhadores. O documento foi aprovado na Assembleia Legislativa em abril. Beatriz Cerqueira também formalizou o pedido de providências no Ministério Público do Trabalho.