Escrito por: Sindicato dos Bancários de BH e Região e Contraf-CUT
Após muita negociação e mobilização, bancárias e bancários de BH e região aprovaram as propostas conquistadas, na Campanha Nacional 2022, para a renovação da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) e os aditivos com a CAIXA e o Banco do Brasil. As assembleias virtuais foram realizadas entre 19 horas desta quarta-feira, 31, e 19 horas desta quinta, 1º de setembro.
Bancárias e bancários de bancos privados, da base de BH e região, aprovaram a proposta com 72% de votos favoráveis. Já bancários do Banco do Brasil aprovaram os acordos com 69% dos votos e os da Caixa com 53%.
Para este ano, a categoria terá reajuste de 8% nos salários, de 10% no VA e no VR, além de adicional de R$ 1.000 no VA, a ser creditado até outubro de 2022, e reajuste de 13% na parcela adicional da PLR. Para 2023, foi garantido aumento real de 0,5% (INPC + 0,5%) para salários e demais verbas.
“Vivemos sob um governo que desvaloriza os trabalhadores e faz de tudo para precarizar as relações de trabalho. Nesse contexto, é uma vitória termos avançado na nossa Convenção Coletiva e assegurado direitos e reajustes por mais dois anos para todos os bancários e bancárias do Brasil. Mais uma vez, nossa união impediu que o setor financeiro se aproveitasse do cenário nacional para atacar os direitos da categoria”, afirmou Ramon Peres, presidente do Sindicato dos Bancários de BH e Região.
“Poucas mesas têm uma representação e unidade tão grande quanto essa, que nos permite debater e avançar em reivindicações que atendem os anseios da categoria”, disse a presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e coordenadora do Comando Nacional dos Bancários, Juvandia Moreira.
Para Juvandia, merecem ser destacados na nova Convenção os avanços com as cláusulas sobre teletrabalho e também sobre assédio sexual e assédio moral. “Esta mesa de negociações é importante para a categoria, mas também para a sociedade, pois avança em temas que são relevantes para o conjunto dos trabalhadores e para todo o país”, disse.
A presidenta da Contraf-CUT também considera que foi importante avançar nos reajustes dos vales alimentação e refeição e da PLR. “Certamente o reajuste dos salários também poderia ser melhor, já que os lucros e a rentabilidade dos bancos crescem muito acima da inflação, mas precisamos analisar o resultado da campanha levando em conta a conjuntura de ataques aos direitos dos trabalhadores, com os bancos irredutíveis. Os privados apoiados por um governo que beneficia apenas a classe empresarial e os públicos seguindo as orientações deste mesmo governo, que quer tirar nossos direitos a qualquer custo”, disse.
Acordos coletivos
Os novos Acordos Coletivos de Trabalho (ACTs) dos funcionários do Banco do Brasil, do Banco do Nordeste do Brasil e dos empregados da Caixa Econômica Federal dos empregados da Caixa também foram aprovados.
Caixa
O ACT dos empregados da Caixa prevê a manutenção de todos os direitos e traz avanços importantes, como o acordo de teletrabalho e a criação do grupo para discutir as condições de trabalho.
“Não tínhamos o acordo de teletrabalho e os empregados estavam vulneráveis. Também conquistamos a ajuda de custo e o controle de jornada para os trabalhadores que estão em teletrabalho, para os empregados não tenham que arcar com os custos e nem tenham que ficar à disposição da Caixa 24 horas por dia”, disse o coordenador da Comissão Executiva dos Empregados (CEE) da Caixa, Clotário Cardoso. “Outro ponto importante foi o grupo de trabalho sobre condições de trabalho. As condições de trabalho na Caixa estão muito ruins para os trabalhadores, com imposição de metas inatingíveis, assédio moral e sexual”, completou.
Banco do Brasil
Além de manter direitos, o novo ACT dos funcionários do Banco do Brasil também obteve avanços importantes para os trabalhadores, o principal deles é a revisão da tabela PIP, da Caixa de Previdência dos Funcionários do Banco do Brasil (Previ), que impactará em mais recursos à aposentadoria dos trabalhadores do BB (leia mais sobre o ACT do BB).
“No ACT do Banco do Brasil, trouxemos um avanço muito importante que era cobrado desde 1998 nos congressos de funcionários, que é a possibilidade de alteração da tabela PIP. É um incremento na reserva matemática individual, pensando no benefício futuro”, explicou o coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB), João Fukunaga. “Também conseguimos manter direitos. O Banco queria reduzir o ciclo avaliatório da GDP (Programa de Gestão de Desempenho de Pessoas) para um único semestre e nós não aceitamos. Mas, é importante que o bancário do BB entenda que só conseguimos avançar e evitar esta redução devido a unidade da categoria, que negocia em mesa única, que reúne bancos privados e públicos. Quando o BB se recusou a negociar, o Comando Nacional dos Bancários disse que somente haveria acordo se o Banco do Brasil desistisse de retirar direitos dos trabalhadores. E foi isso que fez o banco recuar e nos ajudou a superar o desafio da GDP”, completou.