Escrito por: Rogério Hilário
Milhares voltam às ruas da capital mineira. Número de manifestantes é superior ao registrado nas mobilizações do dia 29 de maio
Diversidade, representatividade, muita união, criatividade e disposição para a luta. Um número maior de manifestantes do que o da mobilização de 29 de maio foram às ruas em Belo Horizonte neste sábado, 19 de junho, para gritar “Fora Bolsonaro”, na luta pela vida, por vacina do braço para todas e todos, contra o governo da morte e da fome, pelo auxílio emergencial de R$ 600, contra a PEC 32 (reforma administrativa), contra as privatizações, entre outras pautas. Principalmente, pelo fim da política genocida de Jair Bolsonaro e de seu aliado em Minas Gerais, o governador Romeu Zema. O protesto aconteceu, também, em outras 50 cidades do Estado e em mais de 400 localidades no país.
Ato e carreata foram organizados pela Central Única dos Trabalhadores de Minas Gerais (CUT/MG), demais centrais, Frente Brasil Popular e outras entidades. Sindicatos CUTistas, movimentos sociais, populares, estudantis, representantes de diversos grupos, lideranças políticas e até torcidas organizadas de Atlético e Cruzeiro se uniram e saíram pelas ruas do Centro da capital mineira. Todas e todos se concentraram na Praça da Liberdade, no início da tarde. Para cumprir os protocolos sanitários, além das orientações feitas pelos organizadores, foram distribuídas máscaras PFF2, consideradas as mais eficazes para evitar o contágio. Por volta das 15 horas, a passeata seguiu pela Avenida João Pinheiro, passou pela Avenida Afonso Pena, pela Praça Sete e se encerrou na Praça da Estação, local em que a carreata também terminou.
No final de ato e carreata, um minuto de silêncio em homenagem às mais de 500 mil vítimas da Covid-19 e os manifestantes soltaram balões e se comprometeram a não sair das ruas até que o governo genocida seja derrubado. Também garantiram que as próximas mobilizações serão ainda maiores.
A CUT/MG, durante a atividade, também recolheu doações de alimentos não-perecíveis para cestas básicas que serão distribuídas às famílias mais necessitadas por causa dos desmandos dos governos federal e estadual e falta de políticas públicas para enfrentamento da pandemia.
“Estamos juntos em um ato ainda maior do que o anterior. Já aconteceram várias manifestações em outras cidades mineiras nesta manhã. E isto significa que estamos todas e todos juntos na luta pela vida, com vacina para todo mundo, e por fora Bolsonaro e fora Zema. Na luta por mais emprego, contra a carestia. Depois de 2016, o Brasil voltou para o Mapa da Fome. E o governo genocida já vitimou mais de 500 mil pessoas na pandemia. O número de pessoas que chegaram à linha da pobreza já é 120 milhões. Voltamos ao Mapa da Fome. Chegou a hora do basta Bolsonaro, fora este governo. E hoje estamos nas ruas e nelas ficaremos. Mas com toda a segurança, com máscaras e sem aglomerações. O governo é mais letal ao povo do que o vírus. Fora Bolsonaro”, declarou o presidente da CUT/MG, Jairo Nogueira Filho.
“O ato Fora Bolsonaro nas ruas de Belo Horizonte desta vez é maior do que o doa 29 de maio, que já foi histórico. É mais uma manifestação que realizamos com todas as medidas de segurança, pois não somos negacionistas. O governo, sabemos, é muito pior do que o vírus. Falamos fora Bolsonaro, mas fora Zema também. Eles querem dilapidar o patrimônio do povo brasileiro e do povo mineiro. Esta manifestação tem muita gente e a juventude contribuiu para que construíssemos o maior fora Bolsonaro que já vi em Belo Horizonte. E precisamos de toda a nossa força para reverter o que está aí. A juventude está em grande número aqui e vai ser fundamental nestas lutas, contra a violência de gênero, contra os fascistas e pela ampliação dos movimentos de rua. Juntos vamos encerrar este ciclo de morte neste país”, disse a deputada estadual Beatriz Cerqueira (PT).
“O importante é combater Bolsonaro. Ele vai cair com a família toda. Sua hora chegou. É um governo genocida que quer destruir o nosso país. A proposta de venda da Eletrobrás, que passou no Senado, a princípio vai aumentar em 20% o valor da conta da Cemig. O governo quer privilegiar os empresários. Por isso, o Brasil em coro grita fora Bolsonaro. Atos acontecem em mais de 500 municípios em todo o país. A CPI do Senado demonstrou que ele usou a cloroquina para enriquecer apoiadores, num caso de corrupção. É um governo que não se preocupou com a fome. São 14 milhões de desempregados, fora os desalentados. Um governo da fome e da morte. Temos também que evitar a reforma administrativa. Derrotar a PEC 32 é uma obrigação nossa, pois querem acabar com a educação e a saúde públicas”, disse o deputado federal Rogério Correia (PT).
“No Senado vimos, nesta semana, um crime de lesa pátria, com a admissão da privatização da Eletrobrás. Um patrimônio do povo brasileiro. E os Correios estão na fila. Por isso o povo está na rua, porque não aceita mais os desmandos deste governo genocida. Trabalhadoras e trabalhadores não vão admitir este governo da morte e da fome. Este ato é maior do que o do dia 29 de maio. Bolsonaro está matando o povo de fome ou de coronavírus. Uma frente única de esquerda é solução para destruir este governo genocida”, afirmou Robson Silva, presidente do Sindicato dos Trabalhadores dos Correios do Estado de Minas Gerais (Sintect/MG).
“Estamos nas ruas também contra o corte de R$ 3 bilhões na educação, que afeta o Hospital das Clínicas, da UFMG, fundamental para o combate à Covid-19. Isto em plena pandemia que vitimou quase 500 mil pessoas. Viva o SUS, viva a educação. Fora Bolsonaro”, disse Cristina Del Papa, da coordenação do Sindicato dos Trabalhadores nas Instituições Federais de Ensino (Sindifes).
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