Escrito por: Rogério Hilário

Blocos iniciam desfiles em BH com carros de som da CUT e de sindicatos filiados

Agremiações contarão com caminhões de entidades sindicais para animar milhões de foliãs e foliões nas ruas da capital, na retomada da festa pós-Pandemia

SJPMG

Dezenas de blocos de Belo Horizonte definiram como serão os desfiles antes, durante e depois da folia na capital mineira. Os últimos ajustes para a festa foram acertados em reunião realizada na sede da Central Única dos Trabalhadores de Minas Gerais (CUT/MG), no dia 27 de de janeiro. Os blocos contarão com três caminhões e dois carros de som, disponibilizados por CUT/MG, Sind-UTE, Sindibel, Sintect e Sindifes. Os desfiles começam neste final de semana e prosseguem até o dia 26.

Segundo os organizadores, a planilha construída a partir da demanda dos carnavalescos tem que ser cumprida. A pontualidade é fundamental para que todos os blocos sejam atendidos. As agremiações arcarão com uma ajuda de custo para a saída dos veículos das garagens, para abastecimento de combustível e para alimentação dos motoristas. Caberá também, aos blocos, organizar a segurança, com a contratação de cordeiros, encarregados de segurar a corda que protege os caminhões e os músicos. A CUT/MG vai fornecer os coletes e a corda para os cordeiros.

E o Carnaval deste ano promete ser um dos melhores de todos os tempos. Já não é mais possível fazer reservas de vagas nos hotéis de Belo Horizonte e há poucos trios elétricos disponíveis.

Os organizadores informaram que os caminhões podem ser decorados de acordo com os temas dos blocos, mas não será permitido que as logomarcas das entidades fiquem encobertas. Foi proposto, também, que a decoração dos caminhões seja criativa e política, mas capaz de dialogar com a população sobre os temas e pautas. Mas, ao mesmo tempo, retrate a união dos blocos e os movimentos sindical e sociais. Uma festa pré-carnavalesca conjunta, para arrecadar recursos para os desfiles, também deve ser realizada no início de fevereiro.

Está em andamento a formação de um coletivo permanente de luta em defesa dos blocos e do Carnaval. “Neste momento político, precisamos de união e de solidariedade. Além da questão da logo, a pontualidade será fundamental para que todos os blocos sejam atendidos e para o sucesso deste Carnaval de luta, que é o maior do Brasil. Um Carnaval que retorna histórico, não apenas por ser pós pandemia e contra o obscurantismo. Com o coletivo vamos dialogar com as autoridades e lutar por nossas pautas”, disse Marcelle Amador Dias.

As agremiações, a Central e sindicatos filiados retomam neste ano a parceria bem-sucedida até 2020, quando foi realizado o último desfile antes do isolamento social imposto pela Pandemia de Covid-19. A organização dos blocos, a partir de reuniões com o objetivo viabilizar os desfiles teve início em 2020, quando o governo do Estado expediu um documento com novas exigências para o uso de trios-elétricos no Carnaval. Os veículos a serem cadastrados, por exemplo, precisavam apresentar Autorização de Tráfego para Carro de Som, Trio Elétrico ou Minitrio Elétrico (ATVE). Com isso, vários blocos não teriam condições de desfilar por não terem carros com o documento. Como os carros de som da CUT/MG e do Sind-UTE/MG possuíam toda a documentação, a Central chamou os blocos para uma reunião.

Mais de 40 blocos foram contemplados e conseguiram ir às ruas com a ajuda do movimento sindical. Além de o custo dos carros de som ser 20% do valor pago por um trio normal, vários sindicatos contribuíram para custear o desfile de blocos que não tinham recursos.