Escrito por: Sindifes

Campanha de solidariedade do Sindifes entrega mais de 300 cestas básicas

Sindicato apoia 27 iniciativas em Belo Horizonte, Montes Claros, Diamantina e Teófilo Otoni

O solidário é alguém pronto a consolar, apoiar, auxiliar, defender ou acompanhar alguém em alguma contingência. No dia a dia de quem mora na rua, perdeu o emprego ou vive abaixo da linha da pobreza é quem traz uma refeição, uma roupa, um cobertor ou faz um acolhimento. Os ideais são compartilhados com o sindicalismo que busca condições de trabalho e vida, não só para a Categoria que defende, mas para todos os trabalhadores e trabalhadoras. Por isto, o Sindicato dos Trabalhadores em Instituições Federais de Ensino (Sindifes), ao longo da última década, e com mais empenho nos últimos dois anos, vem realizando sua Campanha de Solidariedade, procurando levar um alento à população vulnerável.

Neste ano, a Campanha de Solidariedade inovou abrindo um espaço para a Categoria indicar entidades, famílias ou pessoas que precisassem de auxílio. Esta iniciativa possibilitou um envolvimento maior da base com a Campanha. Ao todo, foram 27 indicações, tendo sido atendido pedidos em Belo Horizonte, Montes Claros, Diamantina e Teófilo Otoni. Entre os grupos de pessoas que foram beneficiados com a ajuda tivemos moradores de rua, famílias em extrema pobreza, indígenas, quilombolas, LGBTQI+ e protetores de animais entre outros.

Para a coordenadora geral do Sindifes, Cristina del Papa, a Campanha tem mostrado que o número de pessoas em vulnerabilidade cresceu. “Os relatos são de que a pobreza aumentou muito. Vamos entregar as doações e os responsáveis nas entidades dizem que o número de atendidos só vem aumentando, parte devido a pandemia, mas grande parte devido a falta de políticas públicas e elevado índice de desemprego”, conta. Em Belo Horizonte, foram mais de 300 cestas doadas, algumas para projetos que começaram no último ano com a intenção de alimentar a população de rua.

“Também vejo que para ajudar, não precisa de muito. Vemos iniciativas que fazem muito com pouca ou nenhuma estrutura, tudo à base da vontade de ajudar. É muito gratificante, como parte de uma Categoria, saber que estamos contribuindo também”, diz Cristina.

Fogo não impede a solidariedade

O cheiro forte de madeira e plástico queimado chega à Avenida Clara Nunes, 721, no Renascença, em Belo Horizonte. A três dias, em 30 de maio, a cozinha onde são produzidas até 250 marmitas diariamente para moradores de rua pegou fogo. Pouco sobrou além das estruturas das paredes e parte do telhado. Renata conta que “o incêndio começou quando um grupo de voluntários estava preparando as marmitas. Felizmente, ninguém ficou machucado”. O acidente não vai parar o projeto, que já tem uma vaquinha online para angariar recursos para a reconstrução da cozinha (clique aqui para acessar e doar) e expandir as atividades.

O dinheiro arrecadado será usado para a compra de novos equipamentos, reforma do espaço que pegou fogo e reforma do novo espaço, onde será montada a nova cozinha que além de ser utilizada para a produção das marmitas também funcionará como escola de capacitação para cozinheiros. O projeto Comida que abraça também distribuí cestas básicas para famílias em situação de vulnerabilidade, atividade que está sendo mantida.

Comida para quem tem fome, no Santa Branca em BH

Um desses projetos, que começou em meio a pandemia, é o “Comida para quem tem fome”, no bairro Santa Branca, em Belo Horizonte. Durante o almoço, na sexta-feira da paixão, quatro amigas, Grazielle, Graça,Sarah e Márcia, decidiram colocar em prática a ideia de distribuir comida para moradores de rua na região. Nas palavras de Grazielle Soares, o projeto começou porque “Deus nos deu esta benção então vamos ajudar o próximo”. No sábado, fizeram 20 marmitas e saíram pelo bairro para distribuir.

“Hoje distribuímos entre 80 e 100 marmitas, aos sábados, de 15 em 15 dias. Atualmente, temos 10 pessoas envolvidas que contribuem na cozinha, distribuição e sobremesa. Nosso objetivo é termos mais pessoas comprometidas para distribuímos todos os sábados”, explica Grazielle. “Agradecemos a Luiza Lage, quem nos indicou, a direção do SINDIFES e a Categoria. São 30 cestas básicas que vão alimentar muita gente”, finaliza.

Comunidade Missionária Caminho, Verdade e Vida, no Barreiro, em Belo Horizonte

A Associação Beneficente, Caminho, Verdade e Vida, no bairro Jatobá, em Belo Horizonte, tem uma estrutura maior e trabalha em várias frentes. Tom Vianna, responsável pela entidade, enumera os projetos, “atendemos ocupações, comunidades carentes, moradores de rua. Fazemos acolhimento de dependentes químicos e oferecemos oficinas para diferentes idades. Estamos aqui para servir e repassar o evangelho de Jesus”, diz ele sorridente. A casa vive de doações, a sede é emprestada, os alimentos e materiais das oficinas são doados e o trabalho é voluntário, tudo sem fins lucrativos e com o único propósito de ajudar ao próximo.

A Associação precisa de auxílio para transporte de idosos e dependentes químicos, transporte de voluntários para as missões em ocupações e demais locais, verba para ajudar a pagar as contas da sede e voluntários para realizar as atividades e projetos.

Lavadores de carros da UFMG

Com o lockdown em Belo Horizonte e os protocolos de segurança implantados na UFMG, os lavadores de carros que trabalhavam no campus ficaram sem renda e sem opções de trabalho. No início da pandemia, o Sindifes fez um cadastro destes trabalhadores e, desde então, vem doando cestas. Cerca de 10 trabalhadores são beneficiados.