Escrito por: Sind-Saúde/MG

Comissão de Saúde e gestão da Funed barram servidores e servidores na ALMG

Trabalhadoras e trabalhadores, que arbitrariamente foram impedidos de entrar no plenário para participar de audiência pública

Sind-Saúde/MG

 

A audiência pública marcada para manhã da última quarta-feira, 9 de agosto, pela Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, para discutir a atual situação da Fundação Ezequiel Dias (Funded), aconteceu sem a presença de trabalhadoras e trabalhadores, que arbitrariamente foram impedidos de entrar no plenário. A reunião foi marcada por um requerimento do deputado estadual Lucas Lasmar (Rede), para que a administração do ex-deputado Felipe Attiê à frente da Funed explique os planos para o equipamento público, que perdeu protagonismo nacional nos últimos anos e sua intenção de privatização.

Rechaçando à ação antidemocrática e, contra a atual gestão, os servidores da Funed ficaram em protesto no corredor em frente ao plenário e apenas puderam acompanhar a audiência pela televisão da área externa.

A pedido de sindicalistas e representantes da saúde, deputados solicitaram ao presidente da Comissão de Saúde, Arlen Santiago (Avante), que conduz audiência, para que alterasse o local da reunião, possibilitando a participação dos trabalhadores. Porém, o pedido foi rejeitado.

Na porta do Plenarinho I, o clima ficava tenso cada vez que a porta se abria para saída ou entrada de algum deputado. Os trabalhadores ecoavam gritos de “Fora Attiê”, “Não a privatização”, “Fora Zema” entre outras palavras de ordem pró democracia.

O deputado Jean Freire (PT) sugeriu que a Audiência fosse alterada de local ou cancelada e caso contrário, sugeriu que os parlamentares que apoiam os trabalhadores deixassem o local, já que os trabalhadores não estavam presentes e o maior auditório da casa estava desocupado.

O presidente da Funed, o ex-deputado Felipe Attiê, não se importou com os protestos e, tampouco, com a não participação dos servidores na audiência. E mesmo diante dos protestos dos parlamentares, o presidente da Comissão optou por dar prosseguimento à apresentação do gestor.

Sind-Saúde/MG

Andando na contramão, como sempre, o presidente da Funed defendeu a privatização, mesmo sendo apresentado durante a audiência um levantamento indicando que, desde 2020, a Funed teve um lucro acumulado de R$ 4,7 bilhões e que não se justifica trabalhar pela privatização, mas sim investir para ampliar os ganhos ao Estado.

Como já foi publicado no site do Sindicato Único dos Trabalhadores da Saúde de Minas Gerais (Sind-Saúde/MG), o atual presidente Felipe Attiê, além de querer desmontar os direitos de servidoras e servidores e privatizar a Funed, é incapaz de reconhecer a importância histórica da Fundação, como no episódio recente em que ele sequer teve interesse em receber um prêmio de reconhecimento de mérito científico oferecido pelo governo federal.

Para o Sind-Saúde é inaceitável a realização de audiência pública sem a presença de trabalhadores, portanto ficou marcada outra audiência para o dia 18/08 com paralisação, para discutir a situação da Funed. “Vamos discutir o superávit da Funed, os projetos futuros, debater sobre a federalização, as ações antidemocráticas e perseguições, que são temas importantes e urgentes a serem debatidos. Infelizmente hoje só foi demonstrado mais uma vez o que vivemos no dia a dia da Funed, que é a falta de diálogo e democracia” alegou Érico Colen, servidor e diretor do Sind-Saúde/MG.

Ficou escancarado as práticas de assédio, as portas fechadas para os trabalhadores e a centralização do presidente que não está aberto para debater com os servidores. Foi uma frustração para os trabalhadores que se organizaram para discutir essas pautas, mas por outro lado importante para que a bancada da Democracia e Luta vejam de perto a situação crítica pela qual a Funed tem passado.