Escrito por: Rogério Hilário, com informações de Sind-Cefet MG, Jornalistas Livres e Sindieletro/MG
VII Encontro é realizado em Belo Horizonte com representantes de 200 organizações e entidades tendo como temas ““Reconstruir o Brasil com Lula, derrotar Zema e devolver Minas Gerais ao Povo”
Com a participação de 450 pessoas, de 87 cidades de todas as regiões do Estado, representando mais de 200 organizações e entidades, foi realizado entre os dias 29 e 30 de abril e 1º de maio o VII Encontro de Comitês e Movimentos Populares e Sindicais. Tendo como temas “Reconstruir o Brasil com Lula, derrotar Zema e devolver Minas Gerais ao Povo”, a atividade aconteceu no pátio da Assembleia Legislativa (ALMG) e foi viabilizada com o apoio da Central Única dos Trabalhadores (CUT/MG), sindicatos, movimentos sociais e parlamentares.
A realização do VII Encontro teve como tema a unidade nas lutas contra o avanço do neoliberalismo em Minas Gerais e qual o papel do povo mineiro em fortalecer a reconstrução democrática no país. Entre as mesas, debates e a arte e cultura do povo do campo e da cidade foi reafirmado o manifesto público que marca os compromissos com a participação, direitos humanos e com a construção do projeto popular no Estado.
Consenso entre os participantes, a reconstrução do Brasil implica mudar a correlação de forças na sociedade para defender as pautas do governo comprometidas com os direitos da classe trabalhadora e remover do caminho os obstáculos impostos pelas forças do capital, hegemônicas na sociedade e representadas no governo de frente ampla. Essas forças impedem o combate à fome, à desigualdade social, o fortalecimento do serviço público e das políticas sociais e o desenvolvimento ambientalmente sustentável, com geração de empregos e distribuição de renda, pauta vitoriosa na eleição presidencial de 2022.
A reconstrução do Brasil em Minas Gerais significa derrotar Zema, que prolonga em nosso estado o governo de destruição e morte de Bolsonaro. Nenhum setor está livre de se tornar mercadoria no balcão de negócios em que o governador transformou a administração pública estadual. Os grupos temáticos do VII Encontro mostraram com relatos muito significativos os efeitos deletérios da administração Zema na Educação, na Saúde, na Cultura, no Meio Ambiente, nas Empresas Públicas e Estatais, na Segurança Alimentar, na Política Habitacional e na Comunicação Pública.
Cidades e entidades dos movimentos popular e sindical representados nesses grupos mostraram também o potencial de mobilização para, conscientes desses problemas, denunciá-los à população mineira e resistir diuturnamente á política entreguista e neoliberal de Romeu Zema.
No segundo dia, as regiões representadas no VII Encontro se reuniram para construir um plano de lutas que faça avançar a organização e mobilização referenciadas no diagnóstico e nas propostas enunciadas pelos grupos temáticos.
A luta em defesa das nossas estatais e contra o projeto privatista do Zema esteve presente no debate e na construção da pauta unificada para o enfrentamento ao atual governo de Minas Gerais. O coordenador-geral do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria Energética de Minas Gerais (Sindieletro/MG), Emerson Andrada, explicitou como o projeto privatista tem prejudicado os trabalhadores da estatal e o atendimento ao consumidor de energia elétrica, o que estamos chamando de antecipação da privatização.
“Os movimentos populares e sindicais de Minas Gerais entendem a importância de enfrentar a sanha entreguista de Romeu Zema e defender o patrimônio do povo mineiro. O Encontro deste final de semana traçou estratégias para que a luta pela defesa das empresas públicas não seja somente uma luta dos eletricitários ou dos trabalhadores do saneamento, mas de toda a nossa sociedade”, destacou.
O VII Encontro culminou com o Ato do 1º de Maio, Dia da Trabalhadora e do Trabalhador, com concentração na Praça da ALMG e caminhada até a Praça Sete.
Análise de conjuntura
Uma análise das conjunturas estadual e nacional abriu o VII Encontro de Comitês e Movimentos Populares e Sindicais na manhã de sábado, 29 de abril. Participaram o presidente da CUT/MG, Jairo Nogueira Filho; Silvio Netto, do MST; e Maria Júlia Zanon, do Movimento pela Soberania Popular na Mineração (MAM). Fizeram saudações a coordenadora-geral do Sind-UTE/MG, Denise de Paula Romano, da deputada federal Ana Pimentel e do deputado federal Rogério Correia.
“Se Bolsonaro tivesse vencido a eleição nós estaríamos falando outra coisa. Conquistamos uma vitória estrondosa. Mas a gente não gastou a mesma energia para derrotar o Zema aqui em Minas Gerais. Não conseguiu fazer a população enxergar quem Zema realmente é. E, ano que vem, as eleições municipais serão um teste para 2026, porque o projeto dele é a Presidência do Brasil. Ele aposta que o governo Lula não dê certo. E faz o marketing pessoal, como o mineirinho que lava o prato, que faz uma gestão eficiente. Mas a revista que a CUT produziu, e eu trouxe para vocês, prova justamente o contrário e com dados do próprio governo. E temos material para mostrar o quanto ele é prejudicial para o povo mineiro e que governa somente para as elites e para seus amigos”, disse o presidente da CUT/MG, Jairo Nogueira Filho, na abertura do VII Encontro, na manhã de sábado, 29 de abril.
“Zema tem como projeto de governo, aqui em Minas Gerais, uma continuidade do que o golpista Michel Temer e o genocida Bolsonaro fizeram ao país. Por causa das reformas dos dois, 40% das trabalhadoras e dos trabalhadores estão na informalidade. Bolsonaro chegou a dizer que é melhor ter emprego do que ter direitos. Este não é o modelo de gestão que as pessoas querem. Um projeto que aprovou uma reforma administrativa que precariza a prestação de serviços públicos e é cruel para servidoras e servidores e à população. E teve a cara de pau de levar à Assembleia um PL de reajuste de quase 100% do seu salário e da cúpula do governo, enquanto não paga os pisos da educação e da saúde. No dia 21 de abril, ele ainda nos deu um tapa na cara, zombou do povo mineiro condecorando Michel Temer e Sergio Moro e acusando Tiradentes de golpista. Com certeza, que votou no Zema não concorda com isso”, analisou Jairo Nogueira.
“Nossa reação ao que Zema fez, avaliou, foi muito branda. Precisamos organizar nossas ações, acumular mais forças para fazer o enfrentamento de forma efetiva com Zema. Ao mesmo tempo, temos que apoiar Lula no processo de reconstrução do Brasil. Mas a tarefa de derrotar o Zema é nossa. E este Encontro serve para a gente se reorganizar. Sairemos daqui com muitas tarefas. E teremos muito o que fazer para mudar nossa realidade aqui no Estado.”
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