Escrito por: Rogério Hilário
Em contraponto à fala de Jair Bolsonaro, que zombou do povo chamando de idiota quem compra feijão no lugar de fuzil, Central e parceiros compram duas toneladas do produto com o valor de uma arma
Em mais uma ação da Campanha CUT Minas Solidária, a Central Única dos Trabalhadores de Minas Gerais (CUT/MG) e toda a sua base distribuíram, nesta segunda-feira, 6 de setembro, duas toneladas de feijão no Bairro Concórdia, Região Nordeste de Belo Horizonte. Desde o início da Pandemia de Covid-19, a entidade, parceiros e apoiadores se unem para aliviar o sofrimento do povo, as desigualdades e a fome, ampliados com a disseminação do vírus, a política genocida do governo federal, com a retirada de direitos, medidas provisórias e PECs que desmantelam ainda mais a CLT.
Depois de tantos desmandos, Jair Bolsonaro ainda zombou da população carente, que se tornou maioria no Brasil, chamando de idiota quem compra feijão no lugar de fuzil. A sua gestão aumentou a miséria, colocando o país novamente no Mapa da Fome. Para dar o exemplo da atitude que um verdadeiro estatista adotaria diante da tragédia que tomou conta do país, a Central e sua base distribuíram um alimento básico à mesa de brasileiras e brasileiros, para os mais necessitados. O preço do fuzil 762, citado por Bolsonaro, é R$ 15 mil. Com este valor, a CUT e os sindicatos compraram duas toneladas de feijão.
Rogério Hilário
Dois quilos foram distribuídos a cada uma das famílias cadastradas durante todo o dia, na Rua Tamboril, 856, sede da Irmandade São Bartolomeu, que colaborou com a atividade cedendo espaço para armazenar o produto e abrigar trabalhadoras e trabalhadores que atuaram na distribuição e no cadastramento. Durante o protesto, organizadores e manifestantes dialogaram com a população do bairro sobre a propostas de defesa da democracia, dos serviços e dos servidores públicos, do patrimônio do povo brasileiro, da soberania nacional, de saúde, emprego, renda, contra a PEC 32 – da Reforma Administrativa. E, principalmente, contra os governos genocidas, da fome e da morte de Jair Bolsonaro e seus apoiadores, como o de Romeu Zema, em Minas Gerais.
Cada representante de uma família contemplada recebeu panfleto sobre os motivos do protesto e da doação e uma revista da Central sobre a política de desmonte do Estado desencadeada no país desde o golpe de 2016. Durante a ação, foram respeitados os protocolos sanitários. Só receberam os dois quilos de feijão quem estava de máscara. Os organizadores entregaram o equipamento de proteção individual a quem não tinha.
A ação da Campanha CUT Minas Solidária serviu também de esquenta para o ato desta terça-feira, 7 de setembro, Dia da Independência do Brasil: o 27º Grito das Excluídas e Excluídas. O protesto tem concentração a partir das 10 horas na Praça Afonso Arinos, Região Central de Belo Horizonte.
“Estamos aqui no Bairro Concórdia numa ação de solidariedade de classe, não de caridade. É um contraponto ao que Jair Bolsonaro disse, zombando do povo brasileiro. Ele falou que é mais importante comprar fuzil do que feijão. Num momento de pandemia, que já ceifou quase 600 mil vidas, e com o povo passando fome, Bolsonaro não fez nada para ajudar a população. E ainda sombra carência de milhões, que retornaram à linha da miséria. Nossas ações de solidariedade de classe continuarão e vão ser levadas a outras regiões de Belo Horizonte e do Estado, como estamos fazendo desde o ano passado. Trazendo em questão o contraponto, conseguimos, com o preço de um fuzil, comprar duas toneladas de feijão. E dialogar com a população com pautas como carestia, fome, saúde, emprego, renda, moradia e outras que atingem a todo o povo e, de forma mais contundente e até fatal, aos mais necessitados”, disse o presidente da CUT/MG, Jairo Nogueira Filho
Com os recursos arrecadados na Campanha CUT Minas Solidária, já foram distribuídas cestas básicas e refeições. Algo mais do que necessário, diante de uma política de morte que tomou conta do Brasil em 2016, com o golpe, e se ampliou com as eleições de 2018, em que a carestia é um pesadelo, com aumentos sucessivos nos preços de combustíveis, do gás de cozinha e dos alimentos.
Rogério HilárioEnfrentamos um quadro trágico da economia, em que mais de 15 milhões de pessoas estão desempregadas, um número ainda maior deixou de procurar emprego e de um mercado de trabalho. O legado da reforma trabalhista nefasta, aliada a minirreformas que destruíram a CLT, fez crescer ainda mais a informalidade e o trabalho precário se tornaram a única alternativa.
Mas vamos resistir e derrotar este governo da morte, do desemprego e da fome.
Mais feijão, menos fuzil. Fora Bolsonaro.
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