Escrito por: CUT/MG
Sindicalistas, entre eles a diretora executiva da Secretaria Geral da Central, têm suas liberações cassadas pelo governador por se oporem à política entreguista do governo de Minas Gerais
A Central Única dos Trabalhadores de Minas Gerais (CUT/MG) repudia mais um ato arbitrário do governador Romeu Zema, do partido Novo, que, a exemplo de seu mentor político, Jair Bolsonaro, não dialoga ou respeita seus opositores. E, a cada dia, Zema intensifica ataques a quem discorda de sua política entreguista e de Estado mínimo, personificada em propostas como a do Regime de Recuperação Fiscal (PL 1.202/2019).
Em retaliação aos que se posicionam e lutam contra o projeto de adesão ao RRF, Zema cassou a licença de 21 sindicalistas, um claro cerceamento à atuação sindical de dirigentes e militantes, entre eles a diretora executiva da Secretaria Geral da CUT/MG, Lourdes Aparecida de Jesus, e os CUTistas Abdon Geraldo Guimarães Ferreira e Andréa Hermógenes Martins. Enfim, uma clara tentativa de calar as vozes discordantes e de evidentes perseguição e repressão à luta do movimento sindical pelo patrimônio do povo mineiro e a soberania do Estado de Minas Gerais. O ofício da Secretaria de Planejamento impõe o afastamento de servidoras e servidores das entidades sindicais a partir do dia 6 de dezembro.
O RRF é destinado a Estados em situação falimentar, quebrados, e a adesão tem consequências e contrapartidas. Para isso, o Estado tem que vender suas empresas estatais, como a Cemig, a Copasa e Codemig, os principais patrimônios públicos estaduais. E mais, congelar pelo mesmo período (nove anos) reajustes a servidoras e servidores e a progressão nas carreiras públicas, entre outras exigências. O Regime de Recuperação Fiscal também vai prejudicar a população mais carente, pois acaba com concursos por nove anos e facilita contratações temporárias, principalmente em setores vitais para o povo, em especial os menos favorecidos, como saúde e educação.
O revanchismo do governador e sua intolerância com o contraditório, atitudes inadmissíveis em um regime com pleno estado de direito democrático, ficam ainda mais evidentes pelo fato de servidoras e servidores terem sido liberados em ofício publicado no Diário Oficial, órgão do Estado, para exercer atividade sindical conforme previsão constitucional até 19 de dezembro de 2023, quando os mandatos para que foram eleitos se encerram.
O ato de vingança de Romeu Zema é um retrocesso no Estado. É um abuso de autoridade, sem qualquer fundamento constitucional, impedir servidoras e servidores de participar ativamente das entidades sindicais nacionais, defendendo os interesses do povo mineiro, de trabalhadoras e trabalhadores do serviço público. A Constituição assegura a livre associação profissional ou sindical.
Veja a relação de sindicalistas cassados: