Escrito por: CUT/MG
A Central Única dos Trabalhadores de Minas Gerais (CUT/MG) e toda a base CUTista no Estado apoiam, incondicionalmente, a greve de metroviárias e metroviários, deflagrada no dia 14 de fevereiro. Um movimento histórico. Para Central a luta é mais do que legítima, pois a greve é um mecanismo da classe trabalhadora, principalmente nas condições amplamente desfavoráveis impostas à categoria metroferroviária de Belo Horizonte pela venda da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU-MG) à Comporte Participações, em leilão realizado no dia 22 de dezembro. Mil e seiscentos trabalhadoras e trabalhadores estão ameaçados de demissão, pois o edital, cheio de erros e vícios e, mesmo assim, referendado pelas instâncias judiciais e os governos estadual, com Romeu Zema, e federal, sob gestão bolsonarista, prevê apenas estabilidade de um ano após a empresa assumir o Metrô.
O Sindimetro/MG, que lutou durante três anos, com paralisações, ações junto ao Judiciário e aos órgãos competentes e contou com o apoio da CUT/MG e parlamentares no diálogo com representantes do governo atual antes da posse, só conseguiu abrir negociações mantendo a greve, independentemente dos ataques do Tribunal Regional do Trabalho 3ª Região, principalmente durante o período de Carnaval. E, atualmente, o Sindicato enfrenta, assim como o Sind-UTE/MG, a criminalização da prática sindical, que vem se tornando rotina no Estado. A multa por dia parado, de R$ 100, subiu, inicialmente para R$ 150 mil, durante a folia, e agora chega a R$ 200 mil.
Estaremos sempre juntos contra as privatizações e a entrega do patrimônio do povo mineiro, duas das pautas do governador Romeu Zema, que comemorou a venda do Metrô. Uma negociação que envolverá R$ 3,2 bilhões de dinheiro dos contribuintes, enquanto a Comporte venceu o leilão com uma oferta de R$ 25,7 milhões e leva uma empresa avaliada em R$ 750 milhões. Pelo projeto, que começou com Bolsonaro, e tem prosseguimento com Zema, a CBTU-MG tem que ser entregue para o capital.
Mesmo diante das ameaças, metroviárias e metroviários seguiram em frente com o movimento e, por isso, são um exemplo para toda a classe trabalhadora. A categoria nacionalizou a greve, chamando a atenção de todo país para suas demandas. E demonstrou o quanto é essencial que o Metrô tenha as linhas ampliadas, mas continue estatal para que a população de Belo Horizonte disponha de um transporte público de qualidade e pague uma tarifa justa. Trabalhadoras e trabalhadores da CBTU-MG nos deixam uma lição: não podemos nos intimidar e, muito menos, desistir da luta, pois ela e a resistência sempre valem.