Escrito por: CUT/MG
Parlamentar sofre ataque de apoiadores do projeto Escola Sem Partido, rejeitado pela Comissão de Educação, Ciência e Tecnologia da Assembleia Legislativa
A Central Única dos Trabalhadores de Minas Gerais (CUT/MG) se solidariza com a deputada estadual Beatriz Cerqueira (PT) e repudia mais uma violência sofrida pela parlamentar. Durante os trabalhos da Comissão de Educação, Ciência e Tecnologia da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), na última quarta-feira, 23 de novembro, em que o Projeto Escola Sem Partido foi rejeitado, Beatriz foi xingada de “safada” e “vagabunda” por parte do público presente, insuflada, segundo testemunhou o deputado Professor Cleiton (PV), por uma pastora. Na sessão também estavam em discussão os projetos referentes à linguagem neutra e à educação domiciliar.
Este foi mais um ato deplorável, vergonhoso de um grupo de machistas, misóginos e fascistas que usam a violência para fazer valer seus propósitos conservadores. Beatriz Cerqueira preside, com seriedade e dedicação extremas, uma comissão que é essencial para a todos os mineiros. A deputada trabalha diuturnamente por uma sociedade mais humana, mais justa e menos desigual.
O reconhecimento de mineiras e mineiros ao seu trabalho, nos quatro anos em que atua na Assembleia Legislativa sempre à frente de pautas expressivas e de interesse social, a tornaram, em outubro, a mulher reeleita com o maior número de votos da história de Minas Gerais – 248.664 votos.
Lamentavelmente, os ataques à parlamentar, defensora do meio ambiente, do sistema educacional e dos direitos humanos, no combate à miséria e à discriminação racial, na defesa dos povos indígenas, das minorias e LGBTQIA+, têm sido constantes com esta política do ódio que tomou o Brasil e, em especial, Minas Gerais. Em 2020, ela foi desrespeitada pelo deputado estadual Coronel Sandro (PSL). Em 2021, a deputada estadual foi chamada de “Beatriz Porqueira” pelo prefeito de Coronel Fabriciano, Marcos Vinícius da Silva Bizarro (PSDB), quando ele se manifestou, em vídeo divulgado nas redes sociais, sobre o recesso das crianças no mês de julho, estipulado pela Secretaria de Educação para contenção das contaminações pelo Covid-19.
Em agosto deste ano, novo ataque machista. Lucas Ribeiro, assessor parlamentar do vereador Reinaldo Magalhães (PP), da cidade de Mário Campos, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, publicou ameaças em suas redes sociais. Posteriormente, o próprio vereador, que ameaçou escorraçar Beatriz Cerqueira, a deputada estadual Andréia de Jesus (PT) e a então vereadora Duda Salabert (PDT): “Não venham para a cidade de Mário Campos que serão muito mal recebidas. E não vai ser na bala não, não preciso de armas, vou botar vocês pra correr daqui a tapas suas comunistas vagabundas sem vergonha”.
A CUT/MG exige apuração rigorosa e punição dos responsáveis pela agressão. Estamos juntas e juntos contra o retrocesso, o fascismo, o racismo, a misoginia. Na verdade, essas demonstrações de truculência e violência não nos intimidam e muito menos a uma guerreira como Beatriz Cerqueira Não podemos permitir que isso continue.