Escrito por: CUT/MG
Gestora sofreu tentativa de intimidação e recebeu ameaças do vereador Wilsinho da Tabu e seus assessores por discordar de fotos e filmagens de crianças da escola de educação infantil
A Central Única dos Trabalhadores de Minas Gerais (CUT/MG) repudia a atitude desrespeitosa e arbitrária do vereador Wilsinho da Tabu (Progressistas) e seus assessores e se solidariza com a diretora da Escola Municipal de Educação Infantil (Emei) Sagrada Família, na Região Leste de Belo Horizonte, Lisa Minelli Feital.
A gestora e professora de educação infantil foi humilhada pelo parlamentar e seus assessores que, sem consentimento dela, estiveram na unidade educacional e fotografaram e filmaram uma apresentação da Associação de Cegos. Lisa argumentou que, como diretora, tinha como uma das suas atribuições preservar a imagem das crianças da escola. O vereador, segundo ela e testemunhas, começou a gritar, falou que iria acabar com a vida dela. Um líder comunitário, que acompanha os assessores, também ameaçou a diretora, dizendo a ela que o secretário iria ser acionado e que a gestora não ficaria mais na Emei. As crianças, diante da confusão, começaram a chorar e o porteiro, ao tentar intervir, quase foi agredido pelo vereador. O soco atingiu uma coordenadora.
Lisa Minelli disse, ainda, que chegaram outros assessores e que sentiu, como funcionária pública, a integridade física ou profissional ameaçada dentro do seu recinto de trabalho. Ela afirmou que se sentiu cruelmente desrespeitada e admite estar com medo, pois o tempo todo foi ameaçada. Um dos assessores até tirou fotos dela. A gestora da Emei Sagrada Família exige mais empatia e respeito. “Eu sou diretora, a escola está sob os meus cuidados e, por isso, as pessoas teriam que se apresentar a mim. Nada disso foi feito.”
É inadmissível um ato de violência, intimidação, qualquer atitude contra uma mulher e as crianças sob sua responsabilidade dentro de uma escola pública. Muito mais partindo de um vereador, que deveria, como ninguém, respeitar a privacidade das crianças e a autoridade de uma educadora, que, na sua função, tentou preservar a imagem dos alunos e questionou a apropriação do seu ambiente de trabalho. E, mesmo dentro do seu direito inalienável, ainda sofreu ameaças de retaliação por parte de alguém que tem como obrigação zelar pelo bem-estar dos belo-horizontinos, pelo respeito aos direitos de todas e todos nesta cidade, principalmente dos mais vulneráveis, as crianças. Mas, pelo contrário, se comporta como representante do que de mais torpe ressurgiu neste país.