Escrito por: ALMG

Depoimento traz novos elementos sobre contratação da Exec

CPI da Cemig ouviu, em reunião secreta, delegado responsável por inquérito sobre irregularidades na estatal de energia elétrica de Minas Gerais

Clarissa Barçante /ALMG

A contratação pela Cemig da Exec, empresa de headhunter responsável pela seleção do atual diretor-presidente da estatal, Reynaldo Passanezi Filho, não teria sido aprovada pelo seu antecessor, Cledorvino Belini. 

A informação foi dada pelo vice-presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito que investiga possíveis irregularidades na gestão da Cemig, deputado Professor Cleiton (PSB), em entrevista coletiva nesta quarta-feira (13), após ouvir, em reunião secreta da CPI, Gabriel Ciríaco Fonseca, delegado da Polícia Civil do Estado.

O delegado foi convidado para prestar depoimento na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) por ter conduzido investigações, no âmbito da Delegacia Especializada de Combate à Corrupção (Deccor), sobre supostas irregularidades na Cemig. Em junho deste ano, Gabriel Fonseca foi retirado da condução das investigações, após ser transferido para uma delegacia na região de Venda Nova, na Capital.

Professor Cleiton relatou que Cledorvino Belini teria dito ao delegado, durante oitiva no inquérito que apura as suspeitas na estatal, que a contratação da Exec e de Reynaldo Passanezi Filho teriam acontecido por solicitação de Cássio Azevedo, ex-secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico, após entrar em contato com o empresário Evandro Negrão de Lima, do diretório do Partido Novo. Cássio Azevedo faleceu este ano, vítima de câncer.

O parlamentar classificou a informação como um fato grave, que demonstraria a usurpação de uma função pública. A CPI aprovou requerimento para ouvir o ex-diretor-presidente Cledorvino Belini. 

Empresa Kroll 

Outra informação destacada por Professor Cleiton foi a de que o delegado teria afirmado suspeitar que a atuação da Kroll Associates Brasil (empresa de investigações corporativas) na Cemig não seria lícita. 

Segundo o deputado, o delegado já havia verificado que a Kroll começou a atuar na estatal antes de ter um contrato formal, como foi constatado posteriormente pela CPI. Além disso, na sua opinião, os serviços prestados não teriam seguido os padrões de investigação jurídica e forense. 

Já o deputado Roberto Andrade (Avante) ponderou que o relato de Gabriel Fonseca trouxe apenas “fragmentos” de depoimentos que ele recordava e opiniões pessoais, como no caso da atuação da Kroll. O deputado argumentou que é preciso ter acesso a todo o conteúdo da investigação da Polícia Civil, e não apenas a trechos de depoimentos.

Chefe da Polícia Civil deverá ser ouvido na CPI

Nas entrevistas coletivas, os deputados informaram que outro assunto debatido na reunião foram os motivos que levaram à transferência do delegado Gabriel Fonseca para uma delegacia em Venda Nova e o seu afastamento do inquérito. Para esclarecer o fato, foi aprovada a convocação do chefe da Polícia Civil, Joaquim Francisco Neto e Silva.

O deputado Professor Cleiton disse que a transferência do delegado não ocorreu a seu pedido. Ele destacou que a transferência causou estranheza, tornando necessário que a CPI tenha acesso a todas as investigações conduzidas na Deccor.

O deputado Roberto Andrade, por sua vez, classificou a transferência como um processo normal do serviço público, no qual as alterações de cargos de superiores acabam gerando um efeito dominó e levando a outras substituições. Ele ressaltou que o inquérito foi assumido por outro delegado experiente.

Intimações e convocações 

Joaquim Francisco Neto Silva, chefe da Polícia Civil do Estado, e Cledorvino Belini, ex-diretor presidente da Cemig, serão ouvidos pel CPI na condição de testemunhas, assim como Luis Paroli Santos, ex-presidente da Light. 

Também foram aprovados requerimentos para que sejam ouvidos, na condição de investigados, Reynaldo Passanezi Filho, atual diretor-presidente da Cemig, e Eduardo Soares, diretor de Regulação e Jurídico da estatal. Este último irá prestar novo depoimento para dar detalhes sobre sua atuação enquanto diretor, esclarecendo melhor as contratações diretas realizadas pela empresa no período investigado, sobretudo em razão de contradições e omissões identificadas no seu depoimento anterior. 

Sigilo 

Por fim, ainda foi aprovado requerimento para tornarem públicos a ata e os demais documentos da reunião desta quarta (13). 

 

A contratação pela Cemig da Exec, empresa de headhunter responsável pela seleção do atual diretor-presidente da estatal, Reynaldo Passanezi Filho, não teria sido aprovada pelo seu antecessor, Cledorvino Belini. 

A informação foi dada pelo vice-presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito que investiga possíveis irregularidades na gestão da Cemig, deputado Professor Cleiton (PSB), em entrevista coletiva nesta quarta-feira (13), após ouvir, em reunião secreta da CPI, Gabriel Ciríaco Fonseca, delegado da Polícia Civil do Estado.

O delegado foi convidado para prestar depoimento na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) por ter conduzido investigações, no âmbito da Delegacia Especializada de Combate à Corrupção (Deccor), sobre supostas irregularidades na Cemig. Em junho deste ano, Gabriel Fonseca foi retirado da condução das investigações, após ser transferido para uma delegacia na região de Venda Nova, na Capital.

Professor Cleiton relatou que Cledorvino Belini teria dito ao delegado, durante oitiva no inquérito que apura as suspeitas na estatal, que a contratação da Exec e de Reynaldo Passanezi Filho teriam acontecido por solicitação de Cássio Azevedo, ex-secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico, após entrar em contato com o empresário Evandro Negrão de Lima, do diretório do Partido Novo. Cássio Azevedo faleceu este ano, vítima de câncer.

O parlamentar classificou a informação como um fato grave, que demonstraria a usurpação de uma função pública. A CPI aprovou requerimento para ouvir o ex-diretor-presidente Cledorvino Belini. 

Empresa Kroll 

Outra informação destacada por Professor Cleiton foi a de que o delegado teria afirmado suspeitar que a atuação da Kroll Associates Brasil (empresa de investigações corporativas) na Cemig não seria lícita. 

Segundo o deputado, o delegado já havia verificado que a Kroll começou a atuar na estatal antes de ter um contrato formal, como foi constatado posteriormente pela CPI. Além disso, na sua opinião, os serviços prestados não teriam seguido os padrões de investigação jurídica e forense. 

Já o deputado Roberto Andrade (Avante) ponderou que o relato de Gabriel Fonseca trouxe apenas “fragmentos” de depoimentos que ele recordava e opiniões pessoais, como no caso da atuação da Kroll. O deputado argumentou que é preciso ter acesso a todo o conteúdo da investigação da Polícia Civil, e não apenas a trechos de depoimentos.

Chefe da Polícia Civil deverá ser ouvido na CPI

Nas entrevistas coletivas, os deputados informaram que outro assunto debatido na reunião foram os motivos que levaram à transferência do delegado Gabriel Fonseca para uma delegacia em Venda Nova e o seu afastamento do inquérito. Para esclarecer o fato, foi aprovada a convocação do chefe da Polícia Civil, Joaquim Francisco Neto e Silva.

O deputado Professor Cleiton disse que a transferência do delegado não ocorreu a seu pedido. Ele destacou que a transferência causou estranheza, tornando necessário que a CPI tenha acesso a todas as investigações conduzidas na Deccor.

O deputado Roberto Andrade, por sua vez, classificou a transferência como um processo normal do serviço público, no qual as alterações de cargos de superiores acabam gerando um efeito dominó e levando a outras substituições. Ele ressaltou que o inquérito foi assumido por outro delegado experiente.

Intimações e convocações 

Joaquim Francisco Neto Silva, chefe da Polícia Civil do Estado, e Cledorvino Belini, ex-diretor presidente da Cemig, serão ouvidos pel CPI na condição de testemunhas, assim como Luis Paroli Santos, ex-presidente da Light. 

Também foram aprovados requerimentos para que sejam ouvidos, na condição de investigados, Reynaldo Passanezi Filho, atual diretor-presidente da Cemig, e Eduardo Soares, diretor de Regulação e Jurídico da estatal. Este último irá prestar novo depoimento para dar detalhes sobre sua atuação enquanto diretor, esclarecendo melhor as contratações diretas realizadas pela empresa no período investigado, sobretudo em razão de contradições e omissões identificadas no seu depoimento anterior. 

Sigilo

Por fim, ainda foi aprovado requerimento para tornarem públicos a ata e os demais documentos da reunião desta quarta (13).