Escrito por: FUP

Desabastecimento e aumentos de preços do gás de cozinha podem atingir a população

De acordo com o diretor do Sindipetro, Alexandre Finamori, diante da crise, a saída é a Petrobrás assumir seu papel de empresa pública

 

Em meio à Pandemia da Covid-19, a população brasileira pode enfrentar outro desafio: o desabastecimento de gás de cozinha. O principal motivo é o aumento do consumo doméstico, uma vez que as pessoas passam mais tempo em casa devido ao distanciamento social. Por outro lado, os revendedores enfrentam dificuldades para encontrar o produto no mercado, pois há custos de logística das importações e redução de produção das refinarias.

O resultado dessa dinâmica é o aumento dos preços. De acordo com a Agência Nacional do Petróleo, Gás e Combustível (ANP), em março o consumo aumentou 28% e o preço 0,28%.

O economista Rodrigo Leão, coordenador-técnico do Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (INEEP) , as importações podem estar impactando nos preços.

“Como a Petrobrás não está conseguindo atender o mercado interno, é obrigada a importar derivados.  Esses derivados chegam aos portos brasileiros e depois é preciso distribuir do porto para o todo o país. É um serviço caro”, afirma o economista.

De acordo com o diretor do Sindipetro Alexandre Finamori, diante da crise, a saída é a Petrobrás assumir seu papel de empresa pública.

“Nossa posição, é que a Petrobrás tem que cumprir sua função de empresa pública, e ainda estatal, e ajudar o país a sair da crise. Uma das formas é fornecendo combustíveis aos prestadores de serviços essências, como hospitais, para ambulâncias e viaturas. Isso daria escoamento à produção e geraria mais GLP, o gás de cozinha”, propõe o diretor.

Projeto de Lei

Recentemente foi protocolado na Câmara dos Deputados o Projeto de Lei do gás de cozinha. A proposta, do deputado federal Rogério Correia (PT-MG), visa garantir a oferta de um botijão de 13 quilos de gás liquefeito de petróleo (GLP) por mês para famílias beneficiárias do Bolsa Família e inscritas no Cadastro Único (CadÚnico), durante o período de calamidade pública causado pela pandemia. O projeto foi elaborado em conjunto com o Movimento dos Atingidos por Barragem (MAB).

O projeto pretende também tabelar o preço do botijão a R$ 40 para famílias com renda mensal de até quatro salários. O valor foi estabelecido a partir da campanha “Gás a preço justo”, organizada por sindicatos filiados à Federação Única dos Petroleiros (FUP).