Escrito por: Rogério Hilário
24ª edição do Grito das Excluídas e dos Excluídos é lançada em Belo Horizonte
Lideranças religiosas e políticas, movimentos sindical, sociais, estudantis e populares se uniram, na noite de terça-feira (26), na Praça Rômulo Paes, no Centro de Belo Horizonte, para o lançamento da 24ª edição do Grito dos Excluídos e das Excluídas. Com o lema “Desigualdade gera violência, basta de privilégios", o grito vem em luta pela valorização da vida e da dignidade tomada de milhões de pobres, pelo sistema que exclui e mata a fim de manter privilégios de uma minoria mais rica.
“É lamentável que ainda seja preciso Grito de Excluídas e Excluídos, que a sociedade ainda necessite de um espaço de denúncia de exclusões de raça, de gênero, de orientação sexual em um país tão diverso. Fazemos parte de um grupo evangélico que está na luta pelo estado de direito, aliado à esquerda contra o golpe. Somos contra a desigualdade, contra as injustiças. E muitos estão se identificando com estas bandeiras. É possível modificar a sociedade aos poucos, fortalecendo as lutas contra as exclusões que vivemos”, disse o pastor José Barbosa Júnior, da Comunidade Batista do Caminho.
“A vida em primeiro lugar tem sido o tema do Grito de Excluídas e Excluídos deste sua primeira edição. Agora adotamos o lema ‘Desigualdade gera violência’. Temos uma sociedade em que poucos têm muitos e muitos não têm nada. Uma situação terrível de desigualdade que nos coloca diante da luta de classes muito forte. E uma luta para acabar com a desigualdade, com os privilégios e termos uma sociedade mais justa”, afirmou o padre Henrique de Moura.
O Grito dos Excluídos é uma manifestação popular carregada de simbolismo, é um espaço de animação e profecia, sempre aberto e plural de pessoas, grupos, entidades, igrejas e movimentos sociais comprometidos com as causas dos excluídos.
Desde 1995, o Grito dos Excluídos realiza-se no dia 7 de setembro. É o dia da comemoração da independência do Brasil. Nada melhor do que esta data para refletir sobre a soberania nacional, que é o eixo central das mobilizações do Grito.
Nesta perspectiva, o Grito se propõe a superar um patriotismo passivo em vista de uma cidadania ativa e de participação, colaborando na construção de uma nova sociedade, justa, solidária, plural e fraterna. O Dia da Pátria, além de um dia de festa e celebração, vai se tornando também em um dia de consciência política de luta por uma nova ordem nacional e mundial. É um dia de sair às ruas, comemorar, refletir, reivindicar e lutar. O Grito é um processo, que compreende um tempo de preparação e pré-mobilização, seguido de compromissos concretos que dão continuidade às atividades.