Escrito por: Rogério Hilário
Atopúblico pela regulamentação da mais antiga profissão do mundo terá teatro,música, distribuição de cartilhas e salão de beleza
AAssociação das Prostitutas de Minas Gerais (Aprosmig) promove, nestaquarta-feira (2 de junho), ado partir do meio-dia, manifestação pelo DiaInternacional da Prostituta, na Rua Guaicurus, entre as Ruas São Paulo e Curiitiba, noCentro de Belo Horizonte. De acordo com a presidente da Aprosmig, MariaAparecida Menezes Vieira, o ato público terá atividades como teatro, música,distribuição de cartilha educativa feita pela associação Davida e pela RedeProstitutas e um salão de beleza paracorte e maquiagem.
Criadahá cerca de um ano, a Aprosmig atua em defesa dos direitos, da cidadania e doreconhecimento da prostituição enquanto profissão. A associação faz o trabalhode prevenção dentro dos hotéis, nas ruas e nas boates “A atividade éreconhecida apenas como ocupação. Com a legalização, por intermédio daregulamentação da PL 98/2003, acreditamos que as prostitutas ganharão em termostrabalhistas, em dignidade e autoestima”, diz Maria Aparecida.
Outraluta da Aprosmig e das profissionais do sexo é contra a violência moral,psicológica, que é a pior de todas, e as agressões físicas. “Queremos que a LeiMaria da Penha, como já acontece no Estado do Amazonas, onde a lei 11.340 játem aplicação para as agressões às prostitutas. Quando há estupro com aprostituta, dizem que ela é quem quis. A rede proteção não existe porque aprofissão ainda não é regulamentada.”
AAprosmig, que também busca apoio sindical, oferece às prostitutas assistênciajurídica e psicológica, orientações sobre prevenção e nutrição e pretendeorganizar um convênio de saúde. Outro projeto da associação é avançar naqualificação das profissionais do sexo, como cursos de idiomas, visando a Copado Mundo de 2014.
Deacordo com Maria Aparecida Menezes, cerca de 50 mil pessoas se prostituindo naGrande Belo Horizonte. “Mas esse número deve ser ainda maior, já que nem todasas prostitutas se reconhecem como tal e a pesquisa do IBGE não abrange oatendimento em saunas e o agenciamento feito pelo telefone”, avalia apresidente da Aprosmig. Segundo Maria Aparecida, o programa varia de R$ 300 a R$ 500, nas boates de luxo; e de R$ 80 a R$ 100; na Avenida AfonsoPena. Na Rua Guaicurus, as prostitutas cobram em média R$ 30.
AManifestação pelo Dia Internacional da Prostituta tem o apoio Central Única dosTrabalhadores de Minas Gerais (CUT/MG), da Associação das Lésbicas de MinasGerais, do Salão Escola Afonso Bege, do Grupo de Apoio à Prevenção contra a Aids e da Associação dos Amigos daGuaicurus.
Em 1975, a primeira batalhacontra a discriminação
No dia 2 de junho de 1975, 150 prostitutas ocuparam a Igreja de Saind-Nizier,em Lyon, na França. Elas protestavam contra multas e detenções, em nome de uma“guerra contra o rufianismo”, e até contra assassinatos de colegas que sequereram investigados. Além disso, maridos e filhos de prostitutas eram processadoscomo rufiões, por se beneficiarem dos rendimentos das mulheres. Tabernasdeixaram de alugar quartos para as trabalhadoras do sexo, com medo da repressãopolicial. A diretoria da igreja e a população de Lyon apoiaram a manifestação ederam proteção a elas.
A ocupação da igreja foi transmitida por todos os meios de comunicação, no paíse no exterior, inclusive no Brasil. As mulheres exigiam que o seu trabalhofosse considerado “tão útil à França como outro qualquer”. Outras 200prostitutas percorreram as ruas de carro distribuindo filipetas, com denúnciasde que eram “vítimas de perseguição policial”, o que as impedia de trabalhar.Uma carta foi enviada ao presidente Giscard d’Estaing.
O movimento se ampliou para outras cidades francesas, como Marselha,Montpellier, Grenoble e Paris, onde colegas também entraram em greve. No dia 10 de junho, às 5 horas de manhã, as mulheresna igreja de Saint-Nizier foram brutalmente expulsas pela polícia.
Ao ter a coragem de romper o silêncio e denunciar o preconceito, adiscriminação e as arbitrariedades, chamando a atenção para a situação em queviviam, as prostitutas de Lyon entraram para a história. Por isso, o 2 de junhofoi declarado, pelo movimento organizado, como o Dia Internacional da Prostituta.
Manifestação pelo Dia Internacional da Prostituta
Data: 2 de junho de 2010
Horário: 12 horas
Local: Rua Guaicurus, entre as Ruas São Paulo e Curitiba
Organização: Aprosmig (Associação das Prostitutas de Minas Gerais) -Rua Tamoios , 669 sala 11, junto com a sede do Gapa
Telefones: 3271-2126
Contatos: Rogério Hilário (Assessoria de Imprensa daCUT/MG) – (31) 2102-1900 / (31) 8893-1478 / (31)