Escrito por: Rogério Hilário, com informações do MAB
Nesta segunda-feira, 5 de Junho, Dia Mundial do Meio Ambiente, atingidas e atingidos denunciam a exploração desenfreada dos nossos recursos naturais, por estas empresas que só visam lucros, não pensam na vida humana e no meio ambiente, causa destruição, contamina os rios, e deixa crimes acontecerem como de Mariana e Brumadinho.
Também denunciam o modelo de mineração em Minas Gerais, que mata pessoas e o meio ambiente, contamina os rios, enquanto as empresas seguem impunes e sem fiscalização de novas situações de risco, além de denunciar todos que são subservientes a este modelo, como o governador Romeu Zema, capacho das mineradoras.
No dia 25 de Janeiro de 2023 completou-se quatro anos do crime da Vale em Brumadinho, e as pessoas atingidas ainda não foram reparadas. Os atingidos seguem em luta por Justiça, Reparação e Segurança!
Os atingidos da bacia do Paraopeba vão marcar o dia com luta. Pela manhã, o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), com apoio da Central Única dos Trabalhadores de Minas Gerais (CUT/MG), realizou ato em frente ao Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG). À tarde, atingidas e atingidos participam de manifestação na Defensoria Pública e dirigentes do MAB se reúnem com o Ministério Público Estadual.
“Estamos aqui no Tribunal de Justiça para falar com o desembargador. No dia 14 de março, Dia Internacional de Luta contra as Barragens conseguimos com o juiz Murilo Silvio de Abreu um processo de ele exigir que a Vale pague o direito individual de forma coletiva para todas e todos, atingidas e atingidas. E aí a Vale alegou não foi ouvida e acabou pedindo para cancelar. Aí o tribunal cancelou e viemos hoje orientar ao desembargador e colocar a situação de atingidas e atingidas, pois nunca houve a participação deles neste processo. Mesmo se a Vale fosse ouvida ela iria negar este direito, que chamamos de individual”, denunciou Soniamara Maranho, da Coordenação Nacional do MAB.
“As famílias não foram indenizadas até hoje. À tarde vamos à Defensoria Pública e ao Ministério Público pedir o apoio das instituições à luta pelos direitos dos atingidos. E hoje sendo o Dia Mundial do Meio Ambiente, então nada melhor mais uma vez só atingidas e atingidos de Brumadinho já estiveram quarenta vezes nos órgãos de Justiça pedir direitos serem reconhecidos, durante a pandemia, inclusive, não teve recesso para eles. A cada 15 dias eles vêm aqui, no chão, tentando acompanhar fora dos tribunais aquilo que o governo Zema, as instituições e a Vale decidem. Esta é a situação de atingidas e atingidos”, afirmou.
“Zema diz que em Minas Gerais não tem poluição e que quem está reclamando aqui é porque não tem o que fazer, porque Minas Gerais está indo muito bem. É nosso papel, nós que estamos sofrendo com tudo isso, mostrar o que é o governo Zema. O que ele está fazendo em Minas Gerais juntamente com as mineradoras, que ele apoia tanto, com a tentativa dele de vender a Cemig e a Copasa, com o descaso dele com a educação e com a saúde. É nosso papel no dia de hoje mostrar que Minas Gerais não está nada bem”, disse, durante o ato em frente ao TJMG o presidente da CUT/MG, Jairo Nogueira Filho.
“Nós merecemos um governo melhor, não um governo discriminatório como o de Zema. Em sua última fala, ele declarou que só o Sul e o Sudeste é que prestam, quem está no Norte e Nordeste não faz nada para ajudar o progresso do país. E a gente sabe que isso não é verdade. A CUT está aqui presente, como sempre esteve com o MAB, sempre na luta, demonstrando isso. E a gente faz o debate com nossos trabalhadoras e trabalhadores que estão na lá fábrica, não puderam estar aqui hoje, mas está sabendo o que está acontecendo. Mas fazemos o intercâmbio, a comunicação de mostrar que a nossa luta é lá também na porta da fábrica, para melhorar a situação de trabalhadoras e trabalhadores, mas é aqui também no trecho para demonstrar que não estamos satisfeitos com o que está acontecendo em Minas Gerais. Muita força na luta e contem sempre com a Central Única dos Trabalhadores.”