Escrito por: Rogério Hilário
Organização de trabalhadores e trabalhadoras e diálogo com CTB e Fetaemg evitam confronto durante assembleia no Triângulo Mineiro
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“A CTB e a Fetaemg sempre levam gente para tentar impedir nossas assembléias, evitar a fundação dos sindicatos e a filiação à CUT. Eles fazem arruaças, difamação e encurralam os trabalhadores e trabalhadoras. Dessa vez, nos organizamos e também pedimos, com um ofício, a proteção da Polícia Militar e fomos atendidos pelo cabo Simões. Eles tentaram contratar todos os ônibus e os seguranças da região, pagando sempre o dobro que oferecíamos. Trouxeram oito ônibus, uma van e 28 carros pequenos, com gente até de Araguari e de Uberaba. Mas não adiantou. O sindicato já pode ser registrado no Ministério do Trabalho”, contou Tereza dos Santos.
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A coordenadora-geral da Fetraf considera a intervenção da comissão da CUT/MG, formada por Carlos Magno de Freitas e Reginaldo Tomaz de Jesus, impediu a invasão do acampamento e um confronto. “Os dirigentes da CUT tiveram um papel importante ao dialogar com a CTB e a Fetaemg”, avalia.
Para o secretário-geral da CUT/MG, Carlos Magno de Freitas, “há uma perspectiva de guerra no campo”. “No processo não tem espaço para o diálogo, não tem um mecanismo de transição. As centrais sindicais envolvidas têm que respeitar a vontade dos trabalhadores, têm que assumir a responsabilidade política de coordenar o processo. Devem buscar, efetivamente, as soluções negociadas, fortalecendo a liberdade de autonomia sindical, organizando entidades fortes, representativas da luta. O papel fundamental da CUT na assembleia foi de qualificação e sabedoria”, analisa Carlos Magno.
O secretário de Saúde do Trabalhador da CUT/MG, Reginaldo Tomaz de Jesus, lembra o clima de tensão que tomou conta do assentamento, com a chegada da caravana da CTB e da Fetaemg. “Eles criaram uma situação de conflito e a presença da Direção Estadual da CUT foi importante. Propusemos um acordo com as centrais envolvidas, para evitar o confronto entre trabalhadores. A CUT entende que, se é necessário haver um enfrentamento, que seja com o latifundiário, com o capital, não entre os trabalhadores. A CUT saiu fortalecida, enquanto Central, como propositora da política de classe. A CUT traduziu que a vontade do trabalhador é soberana e, num acontecimento pacífico, eles ratificaram o sindicato”, finaliza Reginaldo Tomaz de Jesus.