Escrito por: Rogério Hilário, com informações do Sindieletro/MG
Sindicato denunciou o desrespeito e o absurdo do tratamento do governador que não pagou eletricitárias e eletricitários filiados ao Sindieletro/MG, Sindicato dos Eletricitários de Juiz de Fora e Sintec
O Sindicato Intermunicipal dos Trabalhadores na Indústria Energética de Minas Gerais (Sindieletro/MG) realizou nesta segunda-feira, 17 de abril, atos de protesto, nas portarias da Companha Energética de Minas Gerais (Cemig), contra o pagamento discriminatório da Participação nos Lucros e Resultados (PLR). As mobilizações aconteceram data em que a Cemig agendou para pagar a PLR 2022 adiantada a uma parte de eletricitárias e eletricitários.
Nas bases do Anel Rodoviário e Cidade Industrial (Quarteirão 14), na Região Metropolitana (RMBH), e na portaria da sede, no bairro Santo Agostinho, em Belo Horizonte, a direção do Sindicato denunciou o desrespeito e o absurdo do tratamento da gestão de Romeu Zema (Novo) com os trabalhadores e as trabalhadoras ao deixar de pagar eletricitárias e eletricitários filiados ao Sindieletro/MG, Sindicato dos Eletricitários de Juiz de Fora e Sintec.
No Anel Rodoviário, o Sindieletro/MG realizou um café da manhã coletivo, passou informes aos trabalhadores e trabalhadoras e chamou para mais luta. O debate foi além da PLR, com a análise do Sindicato de que o processo de golpes da gestão Zema na Cemig contra a categoria eletricitária envolve uma série de retiradas de direitos, como a própria Participação nos Lucros, a tentativa de imposição da mudança do plano de saúde, os ataques à previdência complementar da Forluz e também ao seguro de vida e ao Acordo Coletivo de Trabalho (ACT), entre outros. O aumento salarial de quase 300% do governador Zema e os privilégios que ele garante a seus “amigos” na Cemig foram bastante criticados.
O presidente da Central Única dos Trabalhadores de Minas Gerais (CUT/MG), Jairo Nogueira Filho, que é eletricitário, participou das manifestações no Anel Rodoviário e na sede, que contaram também com as presenças do coordenador-geral, Emerson Andrada, e do diretor administrativo do Sindicato e conselheiro eleito da Forluz, Guilherme Alves.
“A atual gestão da empresa impôs uma proposta de PLR, que não foi aceita pela categoria. Fizemos uma contraproposta, que a direção da Cemig não aceitou e encerrou nas negociações. Realizamos uma nova assembleia e a proposta da empresa foi aceita. Então, alegaram que estávamos fora do prazo, que deveríamos ter aceitado antes e recusaram a pagar a PLR. Entramos com uma ação judicial para cobrar o nosso direito, pois estávamos dentro do prazo legal. Pedimos também apoio à Assembleia Legislativa e mobilizamos trabalhadoras e trabalhadores para garantir um direitos que conquistamos há 26 anos”, disse o coordenador-geral do Sindieletro/MG, Emerson Andrada.
“Zema deu um verdadeiro calote na categoria eletricitária. Mas com luta e mobilizações vamos reverter mais este ataque a trabalhadoras e trabalhadores da Cemig. As negociações não podem ser feitas da forma truculenta, com a imposição de um abono disfarçado de PLR. As regras das negociações têm que ser claras com a participação da empresa, dos trabalhadores e da representação sindical. A PLR que está sendo paga a parte da categoria não é verdadeira, é injusta. Não é paga de forma linear, privilegia diretores. Não valoriza o trabalho de quem recebe os salários mais baixos”, protestou.
Para Emerson Andrade, a atitude do governo do Estado não surpreendeu a direção do Sindicato. “Zema é um caloteiro contumaz. Ele deu calote na segurança pública, na educação e até no meio ambiente. Deu calote nos atingidos pelos crimes das mineradoras, se apropriando dos valores das multas para fazer política, principalmente no interior. Eletricitárias e eletricitários lutaram muito para garantir este direito. A categoria não vai se dobrar diante de Zema e de Reynaldo Passanezi (presidente da Cemig). Cemig, esse trem é nosso!”
“Enquanto trabalhadoras e trabalhadores da Cemig cobram o pagamento da PLR, o mesmo governo que dá o calote a parte da categoria trouxe à Assembleia Legislativa, aqui pertinho, um projeto, que vai ser votado em segundo turno, de aumento de quase 300% para Zema e seu secretariado. São 298% de reajuste para o governador. Nem na época de inflação altíssima um reajuste chegava a tanto. Me lembro de mobilizações pela recomposição da inflação do ano de 97%. Agora, o Zema, com uma inflação de 5% pede reajuste de 298%. É bom a gente se preparar, porque isso é um ‘esquenta’ para o governo, que está preparando para negociação do nosso acordo coletivo, que vai ter renovação neste ano”, afirmou o presidente da CUT/MG.