Escrito por: Ana Carolina Vasconcelos / Brasil de Fato MG 

Em Divinópolis, movimentos fazem atos denunciando assassinato de segurança negro

Edson Carlos Ribeiro foi morto na noite do último sábado, 25 de setembro, num evento em que trabalhava

Reprodução
Movimento negro organizou manifestação próximo a loja do empresário

No último domingo (26), o Movimento Unificado Negro de Divinópolis (MUNDI) organizou um ato em frente a um shopping da cidade para denunciar a morte do segurança Edson Carlos Ribeiro. Edson era um homem negro de 42 anos, casado e pai de uma adolescente de 12.

Entenda o caso

Na noite do último sábado (25), o segurança Edson Carlo Ribeiro foi morto após ser agredido com um soco inglês em uma festa na qual trabalhava. Testemunhas declararam que o autor da agressão foi o empresário Pedro Lacerda e que a agressão ocorreu após o segurança adverti-lo por duas vezes por tentar entrar em área não permitida e por urinar em local inadequado. 

Após a segunda advertência, Edson foi agredido na cabeça com um soco inglês. O segurança chegou a ser socorrido por uma médica que estava na festa, porém, não resistiu.

A ativista negra, da diretoria do MUNDI e conselheira do Conselho Municipal de Promoção da Igualdade Racial de Divinópolis, denuncia que “segundo o relato de testemunhas, quando a polícia chegou, o suspeito foi autuado e quando perguntado sobre a motivação do crime ele respondeu que fez porque quis”.

Movimento Negro organiza ato

Ainda na noite do crime, o MUNDI e outras organizações sociais da cidade se articularam para organizar uma manifestação, “em tempo recorde”, declarou Maria Catarina.

“O ato foi carregado de emoção, de comoção e conseguiu passar para a sociedade o abolicionismo incompleto que houve no Brasil. Mais do que gritos e palavras de ordens, o ato teve o objetivo de alertar a sociedade de que estaremos a posto quando acontecer qualquer tipo de crime assim que envolva uma pessoa negra”, declarou a ativista. 

Seguranças da cidade também se manifestaram

Seguranças da cidade também se manifestaram em ação em frente à Delegacia de Polícia Civil da cidade. Durante o ato, o segurança Roberto Ribeiro afirmou que “a manifestação não é apenas pela vida de Edson, mas por todos os seguranças que estão na ativa”. O trabalhador afirmou também que a morte de Edson foi homicídio qualificado e que “não pode ficar barato”.

Prisão preventiva

Na tarde do dia 26 de setembro, o juiz Mauro Riuji Yamane decretou a prisão preventiva de Pedro Lacerda, que se encontra no presídio Floramar. “Vamos ficar atentos para ver se não vai ter relaxamento e se ele não será solto. Se preciso for, vamos até o tribunal de Belo Horizonte, caso eles entrem com recurso”, declarou Roberto Ribeiro.