Escrito por: Rogério Hilário, com informações do Sindsep/MG

Em greve, servidoras e servidores do MTP reforçam a mobilização em todo país

Categoria realiza ato em frente à sede do Ministério de Trabalho e Previdência em Belo Horizonte. Manifestações acontecem em todo o país por reposição salarial, reestruturação da carreira e equiparação à tabela

Rogério Hilário

Servidoras e servidores administrativos do Ministério do Trabalho e Previdência (MTP), em greve desde o dia 1º de abril, realizaram Ato Público na manhã desta quinta-feira, 28 de abril, em frente à sede do MTP, no Centro de Belo Horizonte.  A categoria paralisou as atividades em todo o país reivindicando, principalmente, reposição salarial e reestruturação de carreira. Trabalhadoras e trabalhadores estão há mais de cinco anos sem reposição salarial em um contexto atual de alta histórica da inflação e da carestia, que afeta profissionais, muitos deles com mestrado e outras especializações, que recebem uma das menores remunerações do serviço público federal. Servidoras e servidores administrativos sofrem, com o descaso do governo federal, para conseguir se sustentar e pagar as despesas mensais básicas.

“A greve está com uma boa adesão em todo país. Temos um grupo em Brasília pressionando para que seja aberta uma mesa de negociação. A reestruturação de carreira para nós, servidoras e servidores administrativos, é vital. No final da carreira, mesmo com muitas especializações, recebemos no máximo quatro salários mínimos.  Somos responsáveis por atender a quem pede abono salarial, seguro desemprego, encaminhamento de portadores de deficiência para o mercado de trabalho, para ganhar R$ 3.800 líquidos. Tenho 27 anos de trabalho e recebo R$ 3.500 líquidos. Tenho mestrado e especialização na área de política pública de emprego, trabalho e renda. E é uma penúria ter que arcar com a alta dos preços da gasolina, com a inflação alta e não ter reposição salarial”, disse Norma Valentino, do Comando Estadual de Greve.

“Queremos 19,99%, aumento de R$ 400 no auxílio alimentação e reestruturação de carreira, com equiparação com a tabela dos servidores e servidoras do INSS. Mas o governo federal apenas sinaliza com 5% e nos joga contra as mídias e tenta desmobilizar a categoria. Somos em torno de 4 mil trabalhadoras e trabalhadores, incluindo os aposentados. O governo federal tem R$ 1,8 bilhão de previsão no orçamento para reestruturação de carreiras. A nossa, se fosse reestruturada, teria um investimento de R$ 300 milhões. Estamos em greve e vamos pressionar o Planalto e realizar mobilizações em Brasília e em todo o Brasil para pressionar o Congresso para votar e aprovar a nossa reestruturação de carreira”, concluiu Norma Valentino.

Em sua pauta específica os servidores do MTP ainda cobram equiparação salarial imediata com tabela de servidores do INSS e concessão de Plano de Carreira, entre outros pontos. A greve da categoria já atinge superintendências em 9 estados (MG, SP, MT, MS, MA, RO, TO, PR, AC) com mobilização em curso em outros como SC, RS e RJ. A paralisação do setor afeta a liberação do seguro desemprego, abono do PIS/Pasep, registro profissional, cobrança de multas, CTPS digital e intermediação de negociação de acordos coletivos.

Além das atividades conjuntas, servidores do MTP que vieram a Brasília cumprem um calendário de atividades que inclui protocolar um documento solicitando apoio à pauta de reivindicações da categoria e expondo as razões para o movimento grevista. O documento está sendo entregue na Casa Civil, Supremo Tribunal Federal (STF), Câmara dos Deputados, presidência do Congresso Nacional, Ministério da Economia, Organização Internacional do Trabalho (OIT), além de lideranças de diversos partidos políticos. Em Minas Gerais e no restante do país, o movimento é organizado e coordenado pelo Sindsep/MG, Condsef, Fenasps e Sintisprev/MG.