Escrito por: Rogério Hilário, com informações de O Povo, O Tempo, JC On Line e Sindibel

Enfermagem vai paralisar atividades em defesa do Piso Nacional

Greve em Minas Gerais foi decidida em reunião na terça-feira, 7 de fevereiro, e, inclusive, com chances de se alongar até o dia 10 de março 

Rogério Hilário

A Federação Nacional dos Enfermeiros (FNE) e entidades que representam o segmento da saúde em todo o país convocaram para a próxima terça-feira, 14 de fevereiro, paralisação nacional pelo Piso Nacional da categoria. Segundo as redes sociais do Fórum Nacional da Enfermagem, o movimento demonstra “toda a insatisfação da categoria diante dos impasses, empecilhos e morosidade do governo federal, do Supremo Tribunal Federal (STF) e das entidades privadas lucrativas da saúde em pagar o piso a trabalhadoras e trabalhadores”.

“E na próxima terça (14) a partir das 10 horas, a enfermagem brasileira vai para a rua, em uma união histórica de forças em frente ao Ministério da Saúde! A Enfermagem está agonizando, mas não vai parar de lutar até o Piso Nacional da categoria se tornar uma realidade!”, escreveu o Fórum em suas redes sociais.

A paralisação em Minas Gerais foi decidida pela categoria em assembleia virtual realizada na terça-feira, 7 de fevereiro, e, inclusive, com indicativo de estado de greve até 10 de março. Um ato público vai ser realizado às 9 horas, na Praça da Estação, Centro de Horizonte. O protesto foi convocado pelo Sindicato dos Enfermeiros de Minas Gerais (SEEMG) e pelo Sindicato dos Servidores e Empregados Públicos de Belo Horizonte (Sindibel). 

Anderson Rodrigues, presidente do SEEMG, explica que a paralisação está sendo chamada pela Federação que busca com esse movimento unificar a enfermagem para garantir a efetivação do Piso Salarial. Em entrevista ao jornal “O Tempo”, o dirigente sindical destacou a importância da categoria para o segmento da saúde no Brasil: “Somos a base de sustentação do Sistema Único de Saúde (SUS), estamos em toda a rede hospitalar pública e privada, somos nós que estivemos e estamos na linha de frente de atendimento aos pacientes infectados pela Covid-19”, pontuou.

Além disso, Rodrigues destacou que a implementação do Piso Nacional da Enfermagem não é apenas da categoria, mas sim de toda a população: (Estamos) dia e noite trabalhando em hospitais, em meio à insalubridade da profissão, e ainda não temos um piso salarial respeitado e justo. Por isso essa luta, que é nossa, mas também da sociedade”, concluiu.

O Sindibel também convocou servidoras e servidores municipais da enfermagem em Belo Horizonte para a pasalisação geral. "É hora de ocupar as ruas novamente na luta pelo Piso Nacional. Participe e mobilize os colegas. Juntos somos mais fortes", diz nota do sindicato para a categoria.

 

Entenda a luta pelo Piso

Em agosto de 2022, a categoria depois de muita mobilização e luta conseguiu garantir o Piso Salarial por meio da Lei 14.434/22, que foi suspensa, em 4 de setembro/22 pelo STF - Supremo Tribunal Federal. A nova lei viria trazer valorização a esses profissionais, que hoje recebem salários baixos diante do muito que fazem e da especificidade de sua profissão.Se a Lei do Piso fosse cumprida hoje, por exemplo, a média salarial de um/a enfermeiro/a que, atualmente, é de cerca de R$ 3 mil passaria para R$ 4.750,00. Os técnicos perceberiam 70% deste valor (R$ 3.325), auxiliares e parteiras 50% (R$ 2.375). A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 42/2022 estabelece as fontes de custeio para o Piso Nacional da Enfermagem.