Lançamento do livro “90 Anos de Lutas, Memórias, História e Resistência” marcou a passagem das nove décadas de fundação da entidade.
O Auditório José Alencar da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) recebeu a 33ª Reunião Extraordinária da Comissão de Cultura, atendendo a requerimento do presidente da Comissão de Cultura, deputado Professor Cleiton (PV). Para o parlamentar, a homenagem é uma forma de manter viva a conscientização sobre a importância da luta sindical para a construção de uma sociedade mais justa e democrática.
A audiência promoveu a entrega de diplomas referentes aos votos de congratulações para seis sindicalistas e as três pesquisadoras autoras do livro:
O LIVRO
Em 29 de setembro de 2025, o Sindicato promoveu o lançamento do livro “90 Anos de Lutas, Memórias, História e Resistência”, que reuniu dirigentes sindicais, autoridades políticas e representantes do movimento social, e marcou a passagem das nove décadas de fundação da entidade.
Uma extensa pesquisa documental resgatou a trajetória do Sindimetal BH-Contagem, a partir de ampla cronologia de fatos que narra a participação da entidade como protagonista da história, desde as primeiras greves até os dias de hoje. O ponto de partida do estudo é o dia 11 de agosto de 1934, quando um grupo de operários funda o Sindicato dos Metalúrgicos de Minas Gerais, em uma reunião realizada no Centro de Belo Horizonte.
A obra registra a memória coletiva da classe trabalhadora, a partir das lutas travadas pelos metalúrgicos, em que relata a transformação social, comoa criação da Cidade Industrial Juventino Dias, em Contagem, instituída em 1941, como o primeiro parque industrial planejado do país.
As autoras Marina Camisasca, Tayara Lemos e Carolina Dellamore consideram que a publicação é uma forma de levar até às novas gerações o conhecimento do papel do sindicato, por meio do resgate da história e da preservação do legado da luta sindical.
PILAR DO SINDICALISMO
Na tribuna, o presidente do Sindimetal BH-Contagem, Geraldo Valgas (foto), ressaltou a importância histórica da categoria na primeira greve durante o regime militar ocorrida em Contagem, no dia 16 de abril de 1968. Na ocasião, os Metalúrgicos de BH/Contagem deram exemplo de combatividade para o país.
A greve começa com cerca de 1.200 operários da Siderúrgica Belgo-Mineira, que paralisaram as atividades exigindo aumento salarial imediato na casa dos 25%. Dias depois, operários da SBE, e Mannesmann também cruzam os braços e elevam a mobilização para mais de 6.000 grevistas. Com a paralisação de mais quatro fábricas – Acesita, Demisa, Indusam e RCA-Victor – cerca de 20 mil operários aderem à greve na região de Contagem.
A mobilização operária contra a ditadura foi decisiva pela ampliação de conquistas trabalhistas em pleno regime de exceção. Unidos à outras categorias, os metalúrgicos caminharam para a construção de um novo marco para o sindicalismo, ajudando a fundar a Central Única dos Trabalhadores (CUT), em 1984.
MENÇÃO ESPECIAL
O presidente Geraldo Valgas agradeceu à publicitária Michele Flores, que é Coordenadora Nacional da Frente de Combate ao Assédio Moral no Trabalho, pelo empenho na realização da audiência.
