Gestão de Zema na Cemig deixa trabalhadores sem ar condicionado em Uberlândia

Um dos eixos da nossa Campanha de Renovação do ACT 2023/24 é saúde e segurança. Essa pauta é de fundamental importância para a categoria eletricitária Cemig, que sofre com assédios, pressões e ambiente de trabalho precário. Um exemplo de situação degradante ocorre no CRIU-Uberlândia.

Após várias denúncias do Sindicato Intermunicipal dos Trabalhadores na Indústria Energética de Minas Gerais (Sindieletro/MG) sobre o descaso da gestão da Cemig com a situação predial do CRIU-Uberlândia, os gestores da empresa continuam mantendo seus trabalhadores e trabalhadoras em ambiente e situações extremamente precárias. Quem vê a empresa apresentando lucros recordes nem imagina a situação com que essa gestão trata seus funcionários.

Nas últimas semanas em que tivemos recordes de temperatura por todo o país, a direção do Sindieletro/MG foi acionada pelos trabalhadores e trabalhadoras devido à falta de ar condicionado em várias salas do CRIU. Realizamos um levantamento no local e identificamos pelo menos 8 salas que estavam sem ar condicionado.

Na semana em que as temperaturas registraram 40 graus em Uberlândia, vários trabalhadores tiveram que ir trabalhar em salas pequenas e com vários computadores que esquentaram ainda mais o ambiente. Essa situação levou, inclusive, a uma das gerências afetadas a possibilitar o trabalho em home office. Em outra sala, trabalhadores tiveram que ser deslocados devido à impossibilidade de continuar trabalhando com o extremo calor.

Existem chamados para a manutenção dos aparelhos de ar condicionado com mais de um ano, e a resposta é sempre a mesma, em todos os casos: falta de recurso. Muitos chamados não têm previsão de ser respondidos.

Como uma empresa que anuncia lucro recorde de mais de 4 bilhões de reais não tem recursos para prover ar condicionado aos seus trabalhadores administrativos?

Desrespeito à Norma Regulamentadora 17

A NR-17, que trata das condições fisiológicas e psicológicas dos funcionários, estabelece que a temperatura do ambiente de trabalho interno deve ser mantida entre 20 graus Celsius a 23 graus Celsius, velocidade do ar em 0,75 m/s e umidade relativa mínima de 40%.

Importante salientar que os trabalhadores que fazem a gestão predial não têm responsabilidade, uma vez que a gestão da empresa é que não fornece os recursos adequados aos investimentos necessários.

Mais precariedade 

O descaso com as instalações do CRIU não se limita ao ambiente sem temperatura adequada. A situação de grande precariedade predial que coloca risco potencial de adoecimento ocupacional e acidente de trabalho já foi denunciada pela Regional Triângulo do Sindieletro/MG por diversas vezes, sem que a gestão da Cemig tenha apresentado a solução ansiada. O cenário é estarrecedor: falta de segurança, pouca iluminação, ambientes expostos a intempéries (como a chuva, que sempre deixa ambiente de trabalho alagados) e equipamentos sujos com fezes de pombos, entre outras situações degradantes para os eletricitários e eletricitárias do CRIU.

A direção do Sindieletro procurou o RH da empresa para uma solução imediata, mas ainda não tivemos retorno. Continuamos cobrando da gestão da Cemig o respeito, a saúde e segurança de todos os trabalhadores e todas as trabalhadoras.