Escrito por: Sindágua-MG
A privataria de Zema ainda pode ser barrada com mobilização popular, pressão sobre deputados e atuação dos órgãos de controle
A Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 24/2023, de autoria do governador Romeu Zema, que visa impedir o referendo do povo mineiro para vender estatais de serviços públicos essenciais, foi aprovada na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) por 5 a 2 votos de seus membros. Votaram a favor da privataria os deputados Doorgal Andrada (PRD), presidente da CCJ; Zé Laviola (Novo); Thiago Cota (PDT); Maria Clara Marra (PSDB) e Amanda Teixeira Dias (PL). Os votos contrários ao golpe foram dos deputados Cristiano Silveira e Doutor Jean Freire, ambos do PT.
A grande mobilização travou as várias tentativas de aprovação, e a PEC de Zema foi alterada, retirando as demais estatais da “carnificina” de desmanche do Estado, levando para o cadafalso da privatização apenas a Copasa, avaliada com poucas moedas, numa trama para vendê-la a agentes privados próximos do governador, sob o álibi de dar entrada no pagamento da dívida de Minas com a União, que cresceu monstruosamente sob o Estado comandado pelo comedor de bananas com casca.
Ao mesmo tempo em que deputados zemistas ressuscitam a triste memória de Joaquim Silvério dos Reis, de traição na história da Inconfidência Mineira — que levou ao enforcamento de quem defendia os interesses do povo —, o governador andou perambulando em encontros em São Paulo com os virtuais interessados em comprar a Copasa, resultando em denúncia grave na imprensa de articulações malcheirosas de corrupção que precisam ser investigadas com rigor.
A privataria de Zema, no entanto, pode ainda ser barrada com a intensificação da mobilização do povo, a consciência cívica e a responsabilidade social dos deputados, bem como ações do Ministério Público, do Tribunal de Contas do Estado (TCE) e a apuração da Polícia Federal sobre eventual tramoia criminosa denunciada na imprensa. Antes de chegar a Zema para promulgação, a matéria precisa passar por Comissão Especial e ser votada em dois turnos no plenário.
Os deputados serão responsabilizados pelo crime de lesa-pátria ou pela honra de cumprirem um mandato em nome do povo, cabendo aos traidores serem rigorosamente denunciados, para que ninguém manche o seu voto, não trazendo-os de volta para fazerem trabalho sujo contra o Estado e a sociedade.