Escrito por: Sind-Saúde/MG
Quatro idosos são contaminados com Covid-19 após remoção por causa de lama tóxica da Vale
Não bastasse uma tragédia sócio-humana-ambiental, que tem como principal responsável a Mineradora Vale S/A, o que acarretou numa enchente de lama e rejeitos jamais vista na Casa de Saúde Santa Isabel, no bairro Citrolândia, em Betim, unidade da Fhemig, outra tragédia foi constatada na mesma localidade na última quarta-feira (19)
No afã de tentar resolver a remoção dos idosos do Pavilhão Gustavo Capanema, por ordem superior da gestão, os servidores de plantão resolveram transferir esses idosos, pessoas que depois de muito enfrentar as agruras de uma doença estigmatizada para sobreviverem, se viram dentro das instalações da Unidade de Urgência Hospital Orestes Diniz e os colocaram na parte da entrada dessa unidade de urgência, gerenciada pela Fhemig e apoiada em co-gestão pela Prefeitura de Betim, Unidade que recebe todo tipo de paciente com diversas comorbidades e até mesmos casos positivos de Covid-19.
Essa recomendação acarretou na exposição direta desses idosos a toda sorte de problemas, o que por resultado foi o saldo de quatro idosos que foram contaminados com a Covid-19 (OPS de 96 anos, VP de 66 anos, JBOR de 97 anos, PDR de 72 Anos), todos do sexo masculino, o que pode ainda pode ocorrer com outros idosos que sequer foram testados. Não se sabe se foi Ômicron ou qual cepa, mas o fato é que o positivo para Covid foi detectada nesses pacientes. Essa notícia é grave e precisa de apuração urgente!
Para o coordenador de Políticas de Saúde do Sind-Saúde/MG a ação intempestiva e descoordenada da gestão da unidade hospitalar, contribuiu de sobremaneira para o agravamento do quadro das pessoas que a princípio deveria estar sobre os cuidados do Poder Público, inclusive em uma Unidade de Saúde denominada em Complexo de Idosos.
Expressou ainda, que há número reduzido de funcionários, alguns já contraíram doenças respiratórias e os demais estão sujeitos à adoecerem pelo vírus, além do mais, há um quadro de estresse e depressão, tensões e insegurança que leva adoecimento mental. Outra questão e que não tem sido observada é a testagem completa em pessoas internadas e os próprios profissionais de saúde, os mesmo que estão na linha de frente no cuidado. Outro fator é o modo arbitrário de gestão e assédio originado por algumas chefias imediatas que usam do cargo de gestão para espremer esses cuidadores.
O coordenador apontou pela urgência de apuração de responsabilidades, e constatada a negligência, que os responsáveis respondam inquérito e processo administrativo uma vez que vidas humanas importam e não se pode permitir isso, inclusive o descumprimento do Estatuto do Idoso,o coordenador de Políticas de Saúde foi membro do Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa Idosa, representando o Morhan Nacional, e acompanhou situações severas de descumprimento ao Estatuto, mas nenhuma que chegasse a esse tipo de exposição do ser humano.
A realidade das Unidades de Urgência e internações que foram em vários casos improvisadas nos Hospitais Colônias para receberem pessoas com sintomas de Covid precisa ser exposta e esclarecida. Há ainda os Serviços de Saúde Municipais, onde a situação relacionada ao trabalho se assemelham, com UPAs lotadas de pessoas com sintomas gripais ou até mesmo com Covid e registrou que há em tudo isso um agravante, com a precarização de vínculos através de processos seletivos de curriculum, que não garantem direitos básicos e que não resolvem a questão da força de trabalho e ainda o aviltamento salarial.
Assim o Sind-Saúde/MG requer apuração multisetorial, com pleno acompanhamento das Instâncias de Controle Social, parlamentares e Promotorias do Ministério Público Estadual e Federal. Basta de impunidade!