Escrito por: Rogério Hilário
Ato nacional pelo impeachment leva mais pessoas às ruas da capital mineira e mais manifestações vão acontecer neste mês
Quinze dias depois de sediar manifestação histórica, que estremeceu a cidade, Belo Horizonte se superou neste sábado, 3 de julho. A capital mineira levou às ruas ainda mais pessoas que fizeram ecoar novamente o grito “Fora Bolsonaro”, num dos atos que sacudiram o país em mais de 500 cidades, impulsionados pelas mais de 500 mil mortes pela Covid-19 e outros desmandos do governo de Jair Bolsonaro. Milhares de manifestantes, convocados e organizados pela Central Única dos Trabalhadores de Minas Gerais (CUT/MG), outras centrais, sindicatos, movimentos sociais, populares, estudantis, lideranças políticas e torcidas organizadas de Atlético, Cruzeiro e América reafirmaram a união pelo impeachment do presidente. Todas e todos se uniram por vacina do braço, comida no prato, pelo emprego, pela democracia, contra o racismo, o preconceito, contra as privatizações e todas as mazelas da política genocida, de fome e de desmonte do Estado implantada no Brasil.
Novamente, a diversidade e a participação da juventude marcaram o protesto que começou, no início da tarde, com concentração na Praça da Liberdade. No aquecimento, aconteceram performances artísticas e, no carro de som da CUT/MG, banners, com as pautas do ato, serviram de cenário para selfies de manifestantes. No protesto houve muita disposição, presença de várias faixas etárias, credos, muitos cartazes próprios, muitas vestes e performances próprias, várias baterias, palavras de ordem, fraternidade, solidariedade, união e esperança. Os manifestantes, a cada ato, se mostram mais confiantes, com bonecos e cartazes mais agressivos relativos a Bolsonaro, ao presidente da Câmara, Arthur Lira (Progressistas), e, na luta contra a política genocida e de entrega do patrimônio do povo brasileiro e desmonte do Estado, incluem o governador de Minas Gerais, Romeu Zema.
Todas e todos respeitaram os protocolos sanitários, usando máscaras – foram distribuídas as N95/PFF2 -, álcool gel e mantido o distanciamento.
Durante todo o percurso, a passeata, que se iniciou por volta das 15h30, contou com apresentação do Bloco Vermelho, que tocou várias músicas e acompanhou quem se dispôs a cantar. O trajeto, mais uma vez, foi pela Avenida João Pinheiro, Avenida Augusto de Lima, Avenida Amazonas, Praça Sete e, o encerramento, na Praça da Estação, com o apoio de moradores que mostraram cartazes, fizeram panelaços e agitaram bandeiras.
Os organizadores denunciaram que as gravíssimas denúncias apresentadas pela CPI da Covid apenas reforçam a necessidade de todas e todos se manterem nas ruas e exigir #ImpeachmentJá do governo irresponsável e genocida. Eles reafirmaram que estarão sempre nas ruas de todo o país por auxílio emergencial de R$ 600, por vacinação imediata para toda a população, além de lutar contra a Reforma Administrativa e a privatização das empresas estatais.
“Vacina na veia e Bolsonaro na cadeia. Este é o nosso grito. Um governo genocida, que rouba a vida deste país. Também saímos às ruas para avisar: Zema, está chegando a sua hora. Hoje temos ainda mais pessoas nas ruas que nos dois atos anteriores. E continuaremos juntos no dia 10, no ato Interreligioso, e, no dia 24, em mais um protesto nacional. Não queremos um futuro de entreguismo”, afirmou Jairo Nogueira Filho, presidente da CUT/MG.
“Voltamos às ruas pelo emprego, por vacina do braço, comida no prato, emprego, auxílio emergencial de R$ 600 e, principalmente, pelo impeachment de Jair Bolsonaro. Não podemos deixar as ruas enquanto não conseguirmos derrubar este governo genocida. Nossa disposição para a luta e nossa união trouxeram muito mais pessoas ao ato de hoje. Num ato maravilhoso, com diversidade, participação intensa da juventude e de todos os movimentos sindical, sociais, populares e estudantis. E as adesões às manifestações vão crescer. O povo brasileiro não pode aguentar mais este governo da fome e da morte, que impôs uma política genocida no país”, disse a secretária-geral da CUT/MG, Lourdes Aparecida de Jesus.
“Não podemos admitir que o Brasil continue sendo governado pelo capitão cloroquina. Um governo que quer destruir os serviços públicos. Nós estamos aqui contra as privatizações, que só serão barradas se colocarmos abaixo este governo. E, para isso, precisamos construir uma greve geral por tempo indeterminado. Assim vamos derrubar este desgoverno”, disse Robson Silva, presidente do Sindicato dos Trabalhadores dos Correios de Minas Gerais (Sintect/MG).
“A luta Fora Bolsonaro é com o povo nas ruas, que são o lutar de luta contra esta política genocida. Esta é a nossa palavra de ordem. Estaremos juntos contra todos que apoiam este governo e suas política, como o governador de Minas Gerais, Romeu Zema. Fora Bolsonaro, fora Zema”, afirmou a deputada estadual Beatriz Cerqueira (PT).
“Nós também nos manifestamos por mais mulheres na política. Queremos dizer não às invasões das terras indígenas, das terras quilombolas. Nós da bancada feminina queremos vida, queremos vacina e emprego para todo mundo. Fora Bolsonaro”, declarou a deputada estadual Andréia de Jesus (PSOL).
“Bolsonaro vai cair, junto com a sua família. Eles já estão desesperados. O Brasil inteiro sai hoje às ruas pelo impeachment. Belo Horizonte não poderia se furtar a participar deste ato nacional. Estamos juntos contra a PEC 32, da Reforma Administrativa, propostas de privatização das empresas públicas. Contra os ataques às mulheres, negras e negras, LGBTs. Damos nosso recado em todo país. Queremos que Arthur Lira instale o processo de impeachment. Estamos aqui contra a fome, pelo direito de ser vacinado”, disse o deputado federal Rogério Correia (PT).