Escrito por: Sindicato dos Bancários de BH e Região

Lucro do Santander cresce 15,1% enquanto banco fecha postos de trabalho

O Banco Santander registrou lucro líquido gerencial de R$ 11,529 bilhões nos nove primeiros meses de 2025, crescimento de 15,1% em relação ao mesmo período do ano anterior. Na comparação com o trimestre anterior, o resultado também apresentou alta: o lucro líquido passou de R$ 3,659 bilhões no 2º trimestre para R$ 4,009 bilhões no 3º trimestre, alta de 9,6%. 

No cenário global, o Santander alcançou € 10,337 bilhões de lucro no período, alta de 11% em doze meses. Já são seis trimestres consecutivos de lucro recorde, segundo a matriz espanhola. O Brasil foi responsável pelo segundo maior resultado do grupo, com € 1,589 bilhão, atrás apenas da Espanha (€ 3,233 bilhões), o que representa 15,4% do lucro global.

Segundo o banco, o desempenho positivo no Brasil decorre do crescimento das receitas totais. No acumulado do ano, as comissões subiram 4,1%, com destaque para cartões e seguros. No trimestre, o avanço foi de 6,7%, impulsionado pelas receitas de cartões, seguros, mercado de capitais e operações de crédito.

Lucro versus condições de trabalho

Apesar do desempenho financeiro expressivo, o banco manteve o processo de redução de postos de trabalho e fechamento de unidades. A holding encerrou 3.288 vagas em doze meses e fechou 585 pontos de atendimento, entre lojas e PABs, sendo 157 delas apenas entre julho e setembro. Enquanto isso, a base de clientes cresceu em 4 milhões, totalizando 72,8 milhões de correntistas.

Para a coordenadora da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Santander, Wanessa Queiroz, o resultado financeiro do banco evidencia o contraste entre o lucro crescente e a piora nas condições de trabalho e atendimento. “É lamentável a postura praticada pela direção do banco Santander no Brasil. Trata-se de um desrespeito aos trabalhadores que geram o lucro do banco e também aos seus clientes, que pagam por isso com a piora na qualidade dos serviços e o aumento das tarifas bancárias. O banco deveria ter uma responsabilidade econômica e social no nosso desenvolvimento, tratando todos com respeito e oferecendo melhores condições de trabalho”, afirmou Wanessa.

Fonte: Sindicato dos Bancários de BH e Região com Contraf-CUT