Escrito por: Rogério Hilário, com informações da Agência Brasil e da Carta Capital

Lula anuncia investimentos de R$ 121,4 bilhões do PAC em Minas

Romeu Zema (Novo) foi vaiado e recebido com placas de “vacina sim” e “eu amo Zé Gotinha”

Rogério Hilário

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva apresentou, nesta quinta-feira (8), um balanço das ações do governo federal em Minas Gerais e anunciou novos investimentos, entre eles R$ 121,4 bilhões do Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Desse total, R$ 36,7 bilhões são para obras exclusivas do estado e R$ 84,8 bilhões são de empreendimentos regionais que incluem Minas Gerais. O evento aconteceu pela manhã no Minascentro, centro de convenções localizado na Região Central de Belo Horizonte.

O evento no final da manhã no Minascentro, em Belo Horizonte, para apresentação das ações em Minas, teve a presença do governador Romeu Zema, do prefeito da capital, Fuad Noman e prefeitas petistas de Contagem, Marília Campos, Margarida Salomão de Juiz de Fora, e os ministros da Secretaria de Comunicação, Paulo Pimenta, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, a ministra da Saúde, Nísia Trindade, o ministro da Educação, Camilo Santana, o ministro dos Transportes Renan Filho e a ministra da Gestão e da Informação em Serviços Públicos, Esther Dweck.

Além desses recursos, o Estado será contemplado ainda com o PAC Seleções, que visa atender os projetos prioritários apresentados por prefeitos e governadores em áreas essenciais como saúde, educação, infraestrutura social e urbana e mobilidade. Na primeira etapa, estão previstos R$ 65,5 bilhões em investimentos em todo o país.

Durante evento, Lula destacou que a escolha das obras e ações são fruto do diálogo e da construção coletiva entre os gestores federais, estaduais e municipais. O presidente lembrou da reunião em janeiro de 2023 em Brasília quando todos os 27 governadores apresentaram as obras prioritárias para cada Estado. “O que anunciamos hoje não é um pensamento do governo federal, é o resultado do compartilhamento de uma política pública civilizatória que resolvemos adotar porque o papel do presidente da República não é ficar preocupado que partido pertence o governador, mas preocupar com o povo do estado”, observou.

“O que a gente vai anunciar não é um pensamento do governo federal é o resultado do compartilhamento de uma política pública civilizatória que nós resolvemos adotar no país porque o papel do presidente da República não é ficar preocupado a que partido pertence o governador, mas é ficar preocupado com o povo do estado que elegeu o seu governador”, disse.

Para o presidente, um dos problemas do país é a descontinuidade de obras de um governo para o outro. “Todo governante que entra, ele quer fazer a sua marca. E, se tiver uma obra importante feita por um outro governo, ele para sem nenhum pudor. Ele para e vai fazer a dele, porque ele quer a marca dele. A marca dele não é a melhoria da qualidade da vida do povo do estado, mas é o seu viaduto, a sua ponte, a sua estrada. O que é uma bobagem porque a gente mede a qualidade da obra de um estado pelo conjunto da obra que a gente faz”, destacou.

O presidente Lula enfatizou seu diálogo com o governador de Minas e observou que ele “foi eleito pela mesma urna que me elegeu, pelo mesmo povo que me elegeu e, portanto, temos que governar. Temos que ter responsabilidade de relacionamento, temos que conversar com quem não votou na gente”, pontuou o presidente, ao comentar que no mundo inteiro a palavra correta é negociação e compreensão da arte do exercício da política.

Entre os anúncios Novo PAC, estão ações nas áreas de energia, saúde, educação e rodovias. Como exemplo, estão a retomada das obras do Hospital Universitário de Juiz de Fora, o acordo de uso futuro do terreno do aeroporto Carlos Prates, na capital mineira, propostas de apoio a agricultores atingidos pela seca no norte do estado e a criação de oito institutos federais.

Sobre o terreno abandonado do Aeroporto Carlos Prates em Belo Horizonte o governo vai doar 17% da área para a Prefeitura. “Nós estamos numa política de fazer doação de todos os terrenos públicos existentes no Brasil que nós não utilizamos”, informou o presidente.

O mapa de obras no Novo PAC, por estado, está disponível na página da Casa Civil da Presidência, responsável pela coordenação do programa.

Em linhas gerais, os recursos serão distribuídos da seguinte forma: 

Energia: 47 bilhões de reais;
Rodovias: 33 bilhões;
Ferrovias: 28,3 bilhões;
Conectividade: 3,2 bilhões;
Cidades sustentáveis: 1,5 bilhão;
Aeroportos: 778,9 milhões;
Saúde: 715 milhões;
Educação e ciência: 668 milhões;
Saneamento: 381 milhões;
Infraestrutura social: 240 milhões;
Hidrovias: 10,9 milhões

Zema é vaiado

Durante a apresentação, dirigentes dos movimentos sindical, integrantes da Frente Mineira em Defesa dos Serviços Públicos, dos movimentos sociais e populares vaiaram o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo) foi vaiado e recebido com placas de “vacina sim!” e “eu amo Zé Gotinha”.

A reação da plateia teve relação com o anúncio feito pelo governador de que o Estado abriria mão de cobrar a vacina contra a Covid-19 na volta às aulas. O governador tem defendido que a medida se daria em prol da ‘liberdade’ das famílias e associado o ato ao fato de que as crianças e adolescentes não perderiam vaga nas escolas por não apresentarem o cartão de vacina atualizado.

Clique aqui para ver mais imagens do evento com Lula em BH