Escrito por: Rogério Hilário, com informações da CNTE, do Sind-UTE e do Sitraemg

Luta contra a reforma da Previdência continua

Trabalhadoras e trabalhadores seguirão nas ruas para combater a pauta de retirada de direitos do governo Bolsonaro

Allen Mesa
Manifestantes saem em marcha na Esplanada dos Ministérios, em Brasília

Mais de 50 mil pessoas foram às ruas em Brasília, em manifestação na Esplanada nos Ministérios, em protesto contra a reforma da Previdência. E outros milhares participaram de manifestações em todo o Brasil. Em Belo Horizonte, um ato unificado das centrais sindicais e movimentos sociais foi realizado na Praça Afonso Arinos. Todos reiteraram que a luta contra a reforma da Previdência e toda pauta de retirada de direitos do governo continua.

E o indicador de que a resistência da população está surtindo efeito é que, depois da aprovação do texto-base da  PEC 6/2019 no plenário da Câmara, em primeiro turno, houve recuo do ímpeto governista com a aprovação de alguns destaques que minimizam as perdas para a aposentadoria em alguns pontos da proposta original.

Os manifestantes voltaram a criticar o argumento falacioso do governo de que sua meta, com a reforma previdenciária, é garantir uma economia de mais de R$ 1 trilhão em 10 anos. “Nada disso. A reforma é para transferir dinheiro da aposentadoria dos trabalhadores para os banqueiros”, denunciaram.

Outro fato bastante condenado pelos participantes foi a decisão do governo de liberar mais de R$ 6 bilhões em emendas parlamentares às vésperas da votação da proposta em plenário, no primeiro turno. “Deputados se vendem dizendo que os recursos das emendas são para estados e municípios. Grande parte vai para os bolsos deles”, atacou outro manifestante.

Em outra fala, o presidente do Sindicato dos Trabalhadores dos Correios (Sintect-MG), Robson Gomes da Silva, repudiou que o atual governo esteja tomando medidas verdadeiramente ditatoriais contra o povo brasileiro. A única forma de combater essas políticas arbitrárias, propôs, é deflagrando uma greve geral por tempo indeterminado, “para quebrar a espinha dorsal do governo”.

Além do ato nacional em Brasília, contra o fim da aposentadoria, pela valorização da educação e por Emprego, que será realizado em conjunto com a União Nacional dos Estudantes (UNE), as centrais orientam  trabalhadores e trabalhadoras a se mobilizaram também em seus Estados e cidades, coletando assinaturas para o abaixo-assinado contra a reforma da Previdência, que será entregue ao Congresso Nacional no dia 13 de agosto.

Greve na educação

Os profissionais da educação de todo o país vão paralisar as atividades em 13 de agosto contra os retrocessos das políticas do governo de Jair Bolsonaro (PSL). Entre elas, a “reforma” da Previdência, os cortes orçamentários no setor e os ataques à democracia. A agenda é uma das deliberações da 9ª Conferência Nacional de Educação Paulo Freire – Educação Libertária e Democrática: construindo o movimento pedagógico Latino-Americano, realizada neste final de semana em Curitiba. O evento foi promovido pela Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE).

Em reunião do Conselho Geral, realizada no último dia 6 de julho,  o Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE/MG) atendeu à convocação da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) e também convocou a categoria para, em 13 de agosto, fazer o Dia estadual de paralisação do funcionalismo público, dia também de luta contra a Reforma e em defesa da Previdência Pública. Somado a isso, a direção está em construção com os sindicatos que representam os demais setores dos/as funcionários/as públicos/as para a Greve Geral Estadual de todo o funcionalismo público mineiro e das redes municipais filiadas ao Sind-UTE/MG contra a adesão ao Regime de Recuperação Fiscal. É momento de demonstrar a capacidade de mobilização e luta, e dar uma resposta ao projeto do governador Zema que aponta o sacrifício do funcionalismo e todo povo mineiro como única saída para a crise fiscal.