Escrito por: Rogério Hilário, com informações da CUT Nacional e de Renato Salles/Tribuna de Minas

Luta contra a reforma da Previdência se intensifica em todo o país

Centrais, sindicatos e movimentos sociais dialogam com a população de Minas Gerais sobre efeitos do projeto de Bolsonaro. Semana tem muitas ações e ato público em Belo Horizonte e no interior do Estado

Sinpro-JF
Ato na Praça da Estação, em Juiz de Fora, contra a PEC da Reforma da Previdência

Nesta sexta-feira, dia 22 de março, Dia Nacional de Luta em Defesa da Previdência, a Central Única dos Trabalhadores (CUT), demais centrais e movimentos sociais estão nas ruas em todo o país para lutar contra essa reforma que acaba com as chances de milhões de trabalhadores de se aposentar. É um esquenta para a greve geral que os trabalhadores vão fazer se Bolsonaro insistir em aprovar essa reforma perversa.

Em Belo Horizonte, as lutas seguem intensas desde a Greve Geral de 2017, que impediu que a reforma fosse aprovada no Congresso. Com seminários, plenárias, paralisações, debates e outras ações, a luta continuou e se potencializou a partir do dia 20 de fevereiro, quando o projeto foi apresentado na Câmara dos Deputados. Neste mês, o combate à reforma foi uma das pautas das manifestações do Dia Internacional de Luta das Mulheres, que, no dia 8, ocupou as ruas do Centro de Belo Horizonte com milhares de pessoas.

Nesta semana, com mobilizações conjuntas, centrais e dos movimentos sociais, estarão durante todo o dia na Praça Sete, para esclarecer trabalhadoras, trabalhadores, aposentados, a população em geral sobre os efeitos nefastos da reforma da Previdência. A panfletagem, o diálogo com a sociedade e até mesmo as projeções de como a PEC vai inviabilizar a aposentadoria estão sendo feitos. Nesta sexta-feira (22), vai acontecer, a partir das 17 horas, um ato convocado pelas centrais, movimentos sociais, Frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo rumo à Greve Geral.

Juiz-foranos vão às ruas contra a reforma

No interior, mobilizações e atos começaram logo cedo. Juiz de Fora sediou, na manhã desta sexta-feira (22), um protesto contra a proposta de reforma da Previdência defendida pelo governo de Jair Bolsonaro (PSL). A mobilização iniciou sua concentração às 9 horas, na Praça da Estação, região Central da cidade, e atingiu seu ápice por volta do meio-dia, quando os manifestantes iniciaram uma caminhada pela Rua Halfeld. A marcha teve por intuito abrir diálogo com a população. Segundo os organizadores da ação, 30 mil pessoas estiveram presentes, mas a Polícia Militar não divulgou estimativas.

Ao longo de todo o protesto, representantes de centrais sindicatos e movimentos sociais diversos se revezam nos microfones de um caminhão de som que capitaneou o ato. Coordenadora-geral do Sindicatos dos Professores de Juiz de Fora (Sinpro JF) e representante local da direção nacional da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Cida Oliveira, defendeu a presença dos manifestantes nas ruas para repetir os protestos de 2017. Na época,  com uma greve geral, a reforma da Previdência apresentada pelo então presidente Michel Temer (MDB) acabou naufragando, arquivada no Congresso Nacional.

Além das representações sindicais, o ato também teve a participação de movimentos sociais variados. Diretor do Sindicato dos Servidores Públicos de Juiz de Fora (Sinserpu), Paulo Azarias falou em nome do Movimento Negro Unificado. “São os trabalhadores e as trabalhadoras negras que não conseguirão se aposentar”, discursou, em tom crítico à reforma costurada pelo ministro da Economia Paulo Guedes. Azarias lembrou ainda que o protesto segue agenda nacional que convocou, para esta sexta-feira, mobilizações em várias cidades do país e trabalha para a construção de uma greve geral.

Ao contrário do que diz o governo Jair Bolsonaro (PSL), a reforma da Previdência não vai garantir a aposentadoria das gerações futuras nem da atual, vai restringir o acesso à aposentadoria e reduzir o valor dos benefícios, em especial dos trabalhadores mais pobres.

Se o Congresso Nacional aprovar o texto da Proposta de Emenda Constitucional (PEC 06/2019) milhares de trabalhadores e trabalhadoras não vão conseguir se aposentar e muitos se aposentarão com benefícios de menos de um salário mínimo. E os que já estão aposentados terão o valor dos benefícios achatados. A reforma de Bolsonaro é muito pior do que a do ilegítimo Michel Temer (MDB).

A PEC impõe a obrigatoriedade da idade mínima de 65 anos (homens) e 62 anos (mulheres) se aposentarem, aumenta o tempo de contribuição de 15 para 20 anos para receber benefício parcial e acaba com a vinculação entre os benefícios previdenciários e o salário mínimo. Isso significa que os reajustes dos aposentados serão menores do que os reajustes dos salários mínimos. E mais: a reforma de Bolsonaro prevê que a idade mínima aumentará a cada quatro anos a partir de 2024. Ou seja, a regra para que um trabalhador possa se aposentar no futuro poderá ficar ainda pior.

Reaja agora, ou morra trabalhando

Confira a lista de atos marcados no seu Estado: 

ACRE

ALAGOAS

AMAPÁ

AMAZONAS

BAHIA

CEARÁ 

DISTRITO FEDERAL

ESPÍRITO SANTO

GOIÁS

MARANHÃO

MATO GROSSO

 

MATO GROSSO DO SUL

MINAS GERAIS

PARAÍBA 

PARÁ

PARANÁ

PERNAMBUCO

 PIAUÍ

 RIO DE JANEIRO

RIO GRANDE DO NORTE

RIO GRANDE DO SUL

RONDÔNIA 

RORAIMA

às 16h, carreata.

 

SANTA CATARINA

SÃO PAULO

SERGIPE 

TOCANTINS