Escrito por: Rogério Hilário, com informações de Brasil de Fato Minas Gerais, O Tempo e Rádio Itatiaia
Manifestantes percorrem ruas de Betim que foram tomadas por lama de rejeitos de minério após transbordamento do Rio Paraopeba e do Córrego Bandeirinhas nas últimas chuvas
Moradores afetados pela lama do Rio Paraopeba, após as enchentes dos últimos dias, realizaram a Marcha pelos Caminhos da Lama – Mais um Crime da Vale, juntamente com movimentos sociais e associações, na manhã desta quinta-feira, 27 de janeiro, em Betim. O protesto foi para chamar a atenção das autoridades e cobrar da mineradora a limpeza dos rejeitos de minério que desceram após o rompimento da barragem da Mina do Córrego do Feijão, em Brumadinho, há três anos.
Durante as últimas chuvas, houve o transbordamento do Rio Paraopeba e do Córrego Bandeirinhas. Quando as águas recuaram, uma lama grossa e fétida, que estava no leito do rio assoreado, invadiu a região, tomando ruas e casas, provocando transtornos, sintomas em moradores, prejuízos com plantações, móveis estragados, moradias condenadas e famílias desabrigadas.
A manifestação foi organizada pelo Associação dos Moradores da Colônia Santa Isabel, Movimento de Reintegração das Pessoas Atingidas pela Hanseníase (Morhan), Centro Franciscano de Defesa dos Direitos (Cefad), Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) e contou com o apoio da Central Única dos Trabalhadores de Minas Gerais (CUT/MG) e de lideranças políticas. A concentração aconteceu na praça da matriz da Colônia Santa Isabel. Os manifestantes passaram pelas ruas atingidas pelas enchentes e pela lama e encerram a marcha no bairro Cruzeiro. As entidades vão acionar o Ministério Público para que a Vale seja notificada.
"Nosso objetivo é mostrar que foi cometido um outro crime, que foi a invasão dessa lama com minério na casa das pessoas. É preciso mostrar isso, sensibilizar o Judiciário. Todo esse material que ficou no leito do rio, após o rompimento da barragem da Vale em Brumadinho, invadiu a região com a elevação do nível das águas. Antes, a gente já teve alagamento, mas quando a água abaixava, a limpeza era rápida. Hoje, não: a lama não saiu toda. As casas estão sendo limpas, mas os quintais estão cheios de lama", disse o presidente da Associação de Moradores da Colônia Santa Isabel, Hélio Dutra.
“Importante ato sobre a situação calamitosa que se encontra a população atingida por essa ampliação do crime da Vale, que se dá nesse momento na trajetória desse rio. Tinha um assoreamento feito pela mineração, feito pelo crime que a Vale cometeu em Brumadinho, e agora essa lama contaminada chega dentro das casas das pessoas, assim como também Juatuba, São Joaquim de Bicas, lá em Brumadinho mesmo e várias outras cidades da Calha do Paraopeba. A Vale tem que ser punida por isso e tem que fazer a reparação necessária”, enfatiza Joceli Andreoli, coordenador nacional do MAB.
A manifestação foi organizada pelo Associação dos Moradores da Colônia Santa Isabel, Movimento de Reintegração das Pessoas Atingidas pela Hanseníase (Morhan), Centro Franciscano de Defesa dos Direitos (Cefad), Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) e contou com o apoio da Central Única dos Trabalhadores de Minas Gerais (CUT/MG) e de lideranças políticas. A concentração aconteceu na praça da matriz da Colônia Santa Isabel, um dos bairros mais afetados pela inundação, e os manifestantes percorreram as ruas da região.
"Nosso objetivo é mostrar que foi cometido um outro crime, que foi a invasão dessa lama com minério na casa das pessoas. É preciso mostrar isso, sensibilizar o Judiciário. Todo esse material que ficou no leito do rio, após o rompimento da barragem da Vale em Brumadinho, invadiu a região com a elevação do nível das águas. Antes, a gente já teve alagamento, mas quando a água abaixava, a limpeza era rápida. Hoje, não: a lama não saiu toda. As casas estão sendo limpas, mas os quintais estão cheios de lama", disse o presidente da Associação de Moradores da Colônia Santa Isabel, Hélio Dutra.
De acordo com a Associação Estadual de Defesa Ambiental e Social (Aedas), análises recentes da água do rio Paraopeba constataram alta concentração de metais pesados, que podem causar doenças. “Atualmente, são encontrados índices acima do permitido para alguns metais pesados, como alumínio, ferro e manganês. Esses metais, na concentração que encontramos hoje no rio Paraopeba, provocam doenças neurológicas e de pele, que se expressam nas coceiras, vermelhidão da pele, dores de cabeça das pessoas que têm contato direto com a água. Agora, com a chuva dos alagamentos de janeiro, também fizemos algumas coletas da água ou da lama que tomaram os municípios da Região Metropolitana. A gente já pode adiantar que as coletas e análises dos meses anteriores a essa coleta, assim como o monitoramento feito pelos órgãos públicos, estão apontando uma alta construção de metais pesados ”, disse Ísis Táboas, coordenadora da associação.
Reginaldo Silva