Escrito por: Rogério Hilário
Empresa do grupo ArcelorMittal admite defasagem salarial, mas não apresenta proposta satisfatória para a categoria
Luiz Carlos da Silva, o Bei
Em reunião na segunda-feira (20), entre representantes da Harsco e dos trabalhadores e dirigentes do Sindicato dos Metalúrgicos de João Monlevade (Sindmon-Metal), a empresa reconheceu a defasagem salarial, mas só admitiu discutir um reajuste em novembro.
Segundo Luiz Carlos da Silva, o Beiço, presidente do Sindmon-Metal, as negociações para um plano de cargos e carreira na Harsco já se arrasta há dois anos. “No dia 1º de agosto, o pessoal da manutenção, cansado de esperar uma resposta da empresa, paralisou as atividades por quatro horas. A empresa prometeu apresentar uma proposta no dia 15. Na semana passada, a Harsco anunciou um reajuste de 10% para todos. A turma da manutenção, que é mais prejudicada, ficou nada satisfeita, pois pedia 25% por causa da defasagem salarial com relação aos outros setores, e entrou em greve. Eles só suspenderam o movimento com a promessa de uma proposta satisfatória. Se a empresa não apresentar algo diferenciado, a greve vai ser retomada “, disse Beiço.
Os trabalhadores da Harsco , de acordo com o presidente do Sindmon-Metal, em média R$ 1.300,00 e R$ 1.900,00. A empresa atua na recuperação de metais e no transporte ferroviário de minério. A Harsco tem em torno de 210 trabalhadores e trabalhadoras.
Para o presidente do Sindmon-Metal, a mobilização dos trabalhadores da Harsco já pode ser considerada vitoriosa. “Fora da data-base , que é 1º de outubro, eles conquistaram 10% de reajuste para todos na empresa. Isso é um avanço. A reivindicação de 25% de reajuste não tem nada a ver com a data-base da categoria.” O Sindicato e os metalúrgicos estão construindo a pauta de reivindicações da campanha salarial, mas Beiço adianta que a proposta de reajuste é o INPC (estimado em 5,13%) mais 7,5% de ganho real.