Escrito por: Rogério Hilário, com informações do Sindimetro/MG e da Rádio Itatiaia
Em assembleia, categoria define que o retorno ao trabalho segue condicionado à realização ou não do leilão do Metrô de Belo Horizonte, previsto para o dia 22
Metroviárias e metroviários aprovaram, em assembleia realizada na tarde desta terça-feira, 20 de dezembro, na Estação Central, na Praça da Estação em Belo Horizonte, a continuidade da paralisação total do Metrô. Trabalhadoras e trabalhadores decidiram, também, que, se houver o leilão da Superintendência de Trens Urbanos (STU-BH) da Companhia Nacional de Trens Urbanos (CBTU-MG), a categoria vai seguir paralisada, mas adotará, partir de sexta-feira (23), a escala mínima apresentada pela empresa, em reunião realizada na segunda-feira (19). Caso o leilão, que previsto para ser virtual, não aconteça, a greve será encerrada na sexta-feira. As propostas aprovadas pela categoria serão levadas à CBTU. A proposta da empresa prevê o abono de três dias de greve, sendo os restantes compensados.
Metroviárias e metroviários de Belo Horizonte vão realizar, na quinta-feira (22), dia programado para o leilão da CBTU-MG, a partir das 7 horas, ato na Estação Central. Às 14 horas, no mesmo local, vai acontecer nova assembleia, coordenada pelo Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Metroviários e Conexos de Minas Gerais (Sindimetro/MG). Nova reunião no Tribunal Regional do Trabalho da 3ª Região (TRT-MG) está agendada para as 15 horas desta quarta-feira, 21 de dezembro.
A categoria metroviária de Belo Horizontes luta contra a privatização da CBUT-MG pela manutenção do emprego de 1.600 trabalhadoras e trabalhadores concursados e exige a suspensão do leilão marcado para a quinta-feira.
O edital rejeitado pelos metroviários prevê o investimento projetado, ao longo de 30 anos de concessão, de R$ 3,7 bilhões. Deste montante, R$ 3,2 bilhões vêm dos cofres públicos, sendo R$ 2,8 bilhões de aporte da União e R$ 440 milhões do Estado. O restante fica a cargo da empresa vencedora da licitação. Mas, o lance inicial fixado para o leilão é de apenas R$ 19,3 milhões Além das 35 composições, nós temos 19 estações, quatro subestações de energia, 29 quilômetros de leito ferroviário e as edificações ao longo do trecho.
O Metrô de Belo Horizonte opera há mais de 30 anos com poucos investimentos, e a história contada à população é de que só haverá melhorias, como a expansão, se ele for privatizado. Esta é uma mentira, pois os novos proprietários se fizerem melhorias será com dinheiro público já separado pelo governo com este objetivo. Investimentos no modal metroviário demanda valores altíssimos que a iniciativa privada não faria se não for com o dinheiro dos impostos pagos pelos brasileiros.
O Metrô está para ser entregue por um valor irrisório, quando o seu patrimônio já foi avaliado em mais de R$ 900 milhões pelo BNDES. O metrô está para ser entregue por um valor irrisório de aproximadamente 19 milhões. Portanto, seria praticamente uma doação. Isso é uma completamente irresponsabilidade com os bens públicos que servem à população.
Alckmin pede suspensão do leilão
O vice-presidente eleito Geraldo Alckmin, responsável pela coordenação do grupo de transição do governo Lula, enviou um ofício ao Ministério da Economia pedindo o adiamento do leilão do metrô de Belo Horizonte, marcado para esta quinta-feira (22).
A bancada do PT questiona a destinação de recursos estaduais frutos do acordo com a mineradora Vale para a obra. Entrou com um pedido na Justiça Federal para que a concessão fosse barrada a destinação de recursos estaduais frutos do acordo com a mineradora Vale para a obra.