Escrito por: Rogério Hilário, com informações da Fenametro

Metroviárias e metroviários de BH ocupam Brasília e conseguem negociação

Categoria, em greve desde o dia 14 de fevereiro, luta contra a privatização do Metrô de Belo Horizonte, o emprego de 1,6 mil trabalhadoras e trabalhadores

Cleonildo Cruz

Metroviários e Conexos de Minas Gerais (Sindimetro/MG), da Federação Nacional dos Metroferroviários (Fenametro), da Eletrobrás, entre outras entidades sindicais, e o presidente da Central Única dos Trabalhadores de Minas Gerais (CUT/MG), Jairo Nogueira Filho, participaram, na manhã desta terça-feira, 28 de fevereiro, na Praça dos Três Poderes, em Brasília, de Ato conjunto contra as privatizações e, principalmente, contra a concessão do Metrô de Belo Horizonte para uma empresa privada.

Os dirigentes sindicais, que queriam se encontrar com o presidente e que as negociações fossem oficialmente abertas com a categoria, foram recebidos, à tarde, por Rui Costa, ministro-chefe da Casa Civil, e Márcio Macedo, ministro de Estado Chefe da Secretaria Geral da Presidência da República. O presidente da CUT/MG, Jairo Nogueira Filho, também participou da reunião.

A presidenta do Sindimetro/MG, Alda Lúcia Fernandes dos Santos, disse que apresentou aos ministros algumas alternativas tanto para a interrupção do processo de privatização quanto de soluções para metroviárias e metroviários de Belo Horizonte. “Falamos com Rui Costa e Márcio Macedo sobre dois pontos principais. Falamos sobre os erros e os vícios que vimos no edital. Eles disseram que não como adiar a assinatura, a não ser que apresentemos fatos novos. E isso é o que vamos providenciar junto ao nosso Jurídico e junto a pessoas que têm acompanhado a nossa demanda. Com relação a trabalhadoras e trabalhadores, segundo o ministro Rui Costa, o governo federal pode ajudar. E pedimos a revogação da MP 206. O ministro ficou de analisar e, se tudo der certo, vão revogar.” A MP 206 impede a transferência de funcionários para outras unidades.

Segundo a dirigente sindical, os ministros pediram que o Sindicato apresentasse outra proposta que atendesse à categoria. “Dissemos que as alternativas seriam a transferência para outra unidade; a realocação em uma outra estatal federal de Belo Horizonte ou Região Metropolitana; programa de demissão voluntária; ou a possibilidade de ampliar a estabilidade. Os ministros pediram que apresentássemos uma proposta. Vamos elaborá-la e enviar até quinta-feira. Cada trabalhadora e trabalhador deve enviar para o e-mail do Sindicato o que quer, para fazermos as negociações. Depois, nos reuniremos novamente com o governo federal para discutir isso.”

Nesta quarta-feira, 1º de março, às 17h30, a categoria volta a se reunir em assembleia, na Estação Central do Metrô, para debater e definir os rumos do movimento. Alda Santos enfatizou a importância da presença maciça da categoria neste novo encontro. “Vamos discutir o que negociamos com os ministros e trazer novas propostas. Uma questão é certa: foram abertas as negociações para os empregados e precisamos saber o que eles querem.”

Leilão

Durante a campanha eleitoral, o presidente Lula se declarou contra a privatização da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU). Em leilão realizado no dia 22 de dezembro, o Metrô de Belo Horizonte foi arremato pela empresa Comporte Participações S.A., da família do empresário Constantino de Oliveira, por R$ 25,7 milhões.

Metroviárias, metroviários, que estão em greve desde o dia 14 de fevereiro, e apoiadores querem que o governo federal não assine contrato da concessão de 30 anos. A assinatura do documento está prevista para o dia 10 de março.

A categoria pede, pelo menos, garantias de manutenção dos empregos junto ao governo federal para mais de 1,6 mil funcionários que temem ser demitidos caso aconteça a privatização.

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