Escrito por: Rogério Hilário

Metroviárias e metroviários seguem na luta pela garantia de 1.600 empregos

Categoria mantém suspensão da greve do Metrô de Belo Horizonte e negociações com o governo federal e a Comporte prosseguem

Rogério Hilário

Metroviárias e metroviários de Belo Horizonte decidiram, em assembleia geral realizada na Estação Central, na noite desta quarta-feira, 5 de abril, manter a suspensão da paralisação do Metrô, iniciada no dia 28 de março e encerrada na quarta-feira (5). Na atividade, a diretoria do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Metroviários e Conexos (Sindimetro/MG) fez um relato à categoria sobre as ações da entidade, a reunião com o Ministério Público do Trabalho, em Brasília, e com o superintendente da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego de Minas Gerais (SRTE-MG), Carlos Alberto Menezes de Calazans, em Belo Horizonte, juntamente com representantes da Comporte, empresa que venceu o leilão de 22 de dezembro de 2022 e comprou por apenas R$ 25,7 milhões toda a estrutura do Metrô da capital mineira e ainda receberá um subsídio de R$ 2,8 bilhões dos governos federal e estadual para a ampliação das linhas.

Os dirigentes sindicais reiteraram que a luta pela manutenção dos 1.600 empregos dos concursados da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU-MG) continua. Novo encontro com representantes da Comporte está marcado para a próxima terça-feira, às 10 horas, na sede do Sindicato, e outra rodada de negociação com os órgãos federais competentes e a empresa acontecerá no dia 26. Uma nova assembleia está programada para a próxima terça-feira, às 17h30, na Estação Central.

“A luta não acabou e vamos vencer. Vamos seguir mordendo o governo federal. Temos que ir lá, em Brasília, para incomodar. O Lula tem que resolver a questão. A salvação dos empregos depende de Lula e do governo federal. A luta só termina quando conseguirmos a transferência de metroviárias e metroviários de Belo Horizonte para a Administração Central (AC)). Estivemos com Carlos Calazans, superintendente da SRTE-MG, e ele se comprometeu a nos ajudar a encontrar uma solução para trabalhadoras e trabalhadores. O que está difícil é conseguirmos as cessões para outras empresas públicas, mas podemos ir todos para a CA, em Brasília. O presidente da CBTU já disse que vai abarcar todos nós. Estamos confiantes e vão lutar até o fim. Se for preciso, o Metrô vai parar de novo, pois estamos defendendo 1.600 empregos públicos”, disse a presidenta do Sindimetro/MG, Alda Lúcia Fernandes dos Santos.

“É importante que continuemos fazendo barulho. Estivemos no Congresso Nacional e fizemos um ato mostrando a nossa pauta.  A Comporte compareceu na audiência e garantiu que não vai ser empecilho para nossas transferências. Por isso, caminhamos no sentido de conseguir as transferências”, acrescentou Alda Santos. Ela disse, ainda, que estão sendo negociados com a empresa a anistia dos dias cortados por causa da greve da categoria, que durou 34 dias, e outras pautas.

Para a presidenta do Sindimetro/MG, é fundamental que na reunião do 26, que será mista, telepresencial,  que todas as forças do governo federal participem, como o Ministério Público do Trabalho, o Ministério do Trabalho e Emprego, a Advocacia Geral da União, a Casa Civil, Ministério da Cidades, a Secretaria Geral da Presidência da República. E representantes da Comporte também estarão na audiência.

“O superintendente Carlos Calazans deixou claro que temos que ser defendidos pelo governo federal. Ele garantiu que a questão só pode ser revolvida politicamente. E que vai percorrer este caminho para nos ajudar. A representação da AGU em Minas também afirmou que vai conversar com a CGU em Brasília sobre o assunto. Acreditamos que é possível uma negociação favorável”, disse Carine Cristina da Silva Travares, diretora jurídica do Sindimetro/MG.