Escrito por: Rogério Hilário, com informações do Sindimetro/MG e do jornal O Tempo

Metroviárias e metroviários vão paralisar totalmente as atividades em BH

Categoria decide por greve total contra a privatização da CBTU-BH e pela garantia de emprego de 1.600 trabalhadoras e trabalhadores

Sindimetro/MG

Diante da eminente entrega da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) para a empresa Comporte e demissão de mais de 1.600 funcionários, os trabalhadores votaram por dar início a paralisação de 100% das atividades a partir de 0h do dia 14 de fevereiro, próxima terça-feira. A decisão de metroviárias e metroviários aconteceu em assembleia realizada na Estação Central do Metrô de Belo Horizonte na noite de sexta-feira, 10 de fevereiro.

Depois de uma maratona de viagens e reuniões em Brasília com representantes políticos pertencentes ao atual governo e não obtendo de fato resultados concretos, no sentido da manutenção do emprego dos funcionários concursados, a categoria quer compromissos firmados por documentos.

Um ano de estabilidade, como proposto, não é suficiente para os trabalhadores. Eles se prepararam muito para trabalhar no metrô e a expectativa é que pudessem se especializar cada vez mais e permanecer na empresa até a aposentadoria. No entanto, parece que a entrega da empesa é praticamente fato consumado e estes trabalhadores serão demitidos.

O Sindicato dos Empregados em Transportes Metroviários e Conexos de Minas Gerais (Sindimetro/MG) vem envidando todos os esforços para que os trabalhadores sejam transferidos para outras unidades do serviço público federal. Existem palavras a respeito, mas não há ainda qualquer documento que garanta isso.

A greve é no sentido de mostrar que a categoria está disposta a ir até o fim para não ver mães e pais de família passando por dificuldades extremas como já existe milhões de brasileiros. A luta é justa e vai acontecer porque a categoria precisa urgentemente de ver firmado compromissos oficializados para garantir o seu trabalho.

O Sindimetro/MG agradece a todos com quem se reuniu em Brasília e prestaram apoio às reivindicações, o diálogo foi aberto, mas agora isso se tornou insuficiente sendo preciso ir além.

No dia 14 de fevereiro, primeiro dia de greve, vai acontecer nova assembleia às 18 horas, na Estação Central, para fazer uma avaliação depois de uma reunião com a Secretaria de Estado de Infraestrutura e Mobilidade (Seinfra). O encontro, agendado para 15h30, será virtual.

Se não houver nenhum avanço concreto nas negociações, a greve persistirá atingindo o período de carnaval, coisa que os metroviários não gostariam que acontecesse.

"Essa intenção da dessa paralisação é para que comece, de fato, as negociações, e que a gente leve para o papel tudo aquilo que a gente precisa com relação aos empregados de Belo Horizonte. Não é uma greve contra o governo, não é uma greve contra o Carnaval, é simplesmente uma greve pelos empregos da categoria metro-ferroviária de Minas Gerais. Temos apenas um ano de estabilidade e já sabemos que a empresa que ganhou não tem interesse em ficar com os empregados", disse a presidenta do Sindimetro/MG, Alda Lúcia Fernandes Santos.