Escrito por: Sindimetro/MG

PDV e demissões no Metrô de BH aumentam pressão e sobrecarga de trabalho

Trabalhadoras e trabalhadores saíram, pelo plano, sem nenhuma programação pela empresa, por isso os locais de trabalho estão esvaziados com uma enorme sobrecarga sobre aqueles que ficaram

Sindimetro/MG

A Comporte Participações S.A., empresa que assumiu o controle do Metrô de Belo Horizonte em março após comprar a CBTU-BH em dezembro de 2022 por R$ 25 milhões, havia apresentado um plano geral de demissão voluntária (PDV), em que a empresa ficava livre de qualquer questionamento posterior por parte dos trabalhadores. A diretoria do Sindicato dos Empregados em Transportes Metroviários e Conexos de Minas Gerais (Sindimetro/MG) não concordou com diversos itens que deixavam a categoria muito prejudicada. Foi então que apresentaram unilateralmente um plano diretamente para a categoria com modificações, onde o efeito de quitação geral ficou de fora. Portanto, quem sai tem o prazo de até dois anos para reclamar na Justiça qualquer acerto referente ao contrato de trabalho.

Muitos trabalhadores e trabalhadoras ingressaram neste PDV por não verem mais perspectivas de negociação nesta empresa privatizada pelo governo federal. Cerca de 600 saíram, contando com as demissões. As condutas da empresa, como pressão interna, assédio moral, alterações de jornada e escala de trabalho, demissões por justa causa e sobrecarga de trabalho contribuíram decisivamente para a decisão dos trabalhadores.

Privatização

Trabalhadoras e trabalhadores saíram, pelo PDV, sem nenhuma programação pela empresa, por isso os locais de trabalho estão esvaziados com uma enorme sobrecarga sobre aqueles que ficaram. Uma situação absurda em todos os setores, mas imaginem na manutenção? 

O sindicato fez uma denúncia à Delegacia Regional do Trabalho e Emprego (DRTE), alertando sobre os riscos de acidentes, sobre as condições e relações de trabalho que se estabeleceram após a privatização e sobretudo depois do PDV. Uma situação que está deixando os trabalhadores sob uma enorme pressão e sobrecarga de trabalho que pode levar a situações mais graves de acidentes com os trabalhadores e os passageiros.

CARTA DO SINDIMETRO/MG

Caros companheiros e companheiras, que aderiram ao PDV e à demissão consensual.

O nosso trabalho e empenho por um metrô de qualidade e com tarifa social não se encerra, mesmo que os caminhos indesejados após a privatização venham ocorrendo, em especial a este Plano de Demissão Voluntária (PDV), com uma carta patética da empresa agradecendo aos “colaboradores” que aderiram ao PDV.
Jamais fomos “colaboradores”, mas funcionários concursados responsáveis e dedicados para a mobilidade urbana. Infelizmente muitos dos nossos sonhos foram ceifados de uma forma desumana, que tirou nossos direitos e priorizou o lucro. O Sindimetro/MG empenhou muitos esforços na organização da luta contra a privatização e em seguida organizou ações junto ao governo e demais autoridades para manter o emprego e nossos direitos conquistados ao longo de décadas.
Sabemos que muitos companheiros sofreram com os desmandos da nova empresa como mudanças de escala de trabalho, cortes indevidos nos salários, o que levou a adoecimentos, distúrbios mentais e até tentativas de suicídio.
Na contramão do comunicado da MetrôBH, que se coloca como uma empresa justa, deturpando a realidade, o sindicato permanece de portas abertas para esclarecimentos, à disposição de toda a categoria e continua unido na luta pela classe trabalhadora. Desta forma compreendemos as decisões tomadas, agradecemos pelo convívio e avisamos que a luta continua