Escrito por: Sindados/MG

Primeira paralisação é um sucesso na Campanha salarial Serpro 2022/2023

Trabalhadoras e trabalhadores de Belo Horizonte e Recife lutam por seus direitos e contra a intransigência da empresa nas negociações

De acordo com o Calendário Nacional de Mobilização, em assembleia conjunta com trabalhadoras e trabalhadores do Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro) das regionais Belo Horizonte e Recife, realizaram nesta quarta-feira, 6 de julho, pela manhã a primeira paralisação a favor dos seus direitos e contra a intransigência da direção da empresa nas negociações.

A assembleia virtual de mobilização organizada pelo SINDPD-PE e Sindicato Empregados em Empresas de Processamento de Dados, Serviços de Informática e Similares de Minas Gerais (Sindados/MG) reuniu mais de 340 trabalhadores da empresa - sendo 188 participando simultaneamente no momento de maior audiência - que discutiram aspectos relacionados à campanha salarial, em especial a postura que a empresa vem adotando nas mesas de negociação e a proposta até aqui apresentada que não contempla a maioria das cláusulas propostas pela representação dos Trabalhadores.

O índice de reajuste apresentado pelo Serpro na última mesa negociação é de 4,85% da inflação do período - número bem abaixo dos 38% utilizado pela empresa para reajustar as diárias pagas quando do deslocamento a trabalho. Os trabalhadores presentes na mobilização analisaram o contexto econômico e demonstraram sua indignação com uma proposta tão desrespeitosa apresentada na última reunião de negociação.

A live da diretoria do Serpro, realizada em 5 de julho, também foi assunto da assembleia, graças à conduta acintosa da direção da empresa que mais uma vez não abriu a palavra para os/trabalhadores/as, ignorou o que eles/as falaram no chat da live e sem qualquer cerimônia, fechou inclusive esse canal de participação, sem dar qualquer satisfação e respeito.

Ainda sobre a live, também foi expressada grande revolta com a fala do Presidente da empresa, na qual vangloriou-se da situação lucrativa do Serpro, mas defendeu a política de exclusão adotada em sua gestão que, nas suas palavras “reconhece quem contribuiu para o lucro da empresa”, como se os que não foram promovidos por mérito, nem estão concorrendo no processo de recomposição, ou seja, a grande maioria, não desse qualquer contribuição e, portanto, não merecessem nada, ou tivessem que aceitar migalhas. 

Outro ponto debatido foi a evasão da maior riqueza do Serpro, profissionais altamente qualificados. Trabalhadores saindo para o setor privado por não terem reconhecimento pela direção do Serpro e sua política de RH. Além disso, a empresa vem encolhendo, seja com PDVs, fechamento de unidades, demissões e sem a realização de concurso público.

A próxima mobilização será realizada no mesmo formato no dia 13 de julho no período da manhã, podendo inclusive contar com a adesão de mais regionais. A ideia é que cada trabalhador e cada trabalhadora, possa levar um (a) colega para a mobilização com ampliação das mobilizações até a próxima mesa de negociação prevista para o dia 26 de julho.