Escrito por: Sindipetro/MG

Regap indica supervisor sem capacitação para TE e ameaça segurança

O grande absurdo é que esse processo de promoção é utilizado nos setores operacionais da refinaria com o claro objetivo de cooptar empregados

 

O Sindicato dos Petroleiros de Minas Gerais (Sindipetro/MG) tomou conhecimento sobre a indicação de um novo supervisor no setor do TE (Transferência e Estocagem). O indicado para assumir um cargo é proveniente de outra unidade, o DH (Destilação e Hidrotratamento). Os trabalhadores denunciam que o novo supervisor não possui a experiência e capacitação técnica necessária para atuar no setor.

Não é difícil constatar que um supervisor que não opera a planta não esteja qualificado para orientar os demais. O Sindicato alerta que essa mudança traz implicações para a operação segura do TE, além de significar uma desvalorização técnica do cargo que exige experiência no setor.

O processo seletivo para novos supervisores na empresa faz parte do projeto denominado Escalada. O projeto da gerência da Refinaria Gabriel Passos (Regap) cria uma intensa competição entre os trabalhadores interessados em ocupar vagas de chefia e contribui para a desmobilização da categoria.

O grande absurdo é que esse processo de promoção é utilizado nos setores operacionais da refinaria com o claro objetivo de cooptar os empregados. A estratégia é desmotivar a participação dos trabalhadores em assembleias e greves da categoria, numa lógica de enfraquecimento da luta dos trabalhadores por seus direitos. A consequência disso é a precarização das condições de trabalho e salário para todos.

 “Não é de hoje que denunciamos a lógica perversa do projeto Escalada, que agora está transferindo trabalhadores sem condições técnicas necessárias para assumir cargo de chefia em outros setores”, afirma o coordenador do Sindipetro/MG, Alexandre Finamori. Segundo ele, o que mais preocupa o Sindicato é que a segurança dos trabalhadores do TE fica ameaçada, além de abrir precedentes para que essa prática vire moda na Regap. “Vamos cobrar da Gerência explicações sobre essa lógica de indicar um supervisor que não tem capacidade técnica específica para atuar junto com o grupo, especialmente em situações de emergência. Isso desmoraliza a função de supervisão, coloca em risco toda a refinaria e deixa claro que o interesse do Escalada é a cooptação de trabalhadores, com a promessa de cargos em detrimento da qualidade técnica ou segurança”, complementa.