Evento faz parte das comemorações dos 90 anos do Sindicato dos Metalúrgicos de Belo Horizonte, Contagem e Região
Líderes históricos e combativos que fizeram parte da direção do Sindicato dos Metalúrgicos de BH/Contagem e Região (Sindimetal) nos anos 60, 70 e 80 retornaram à entidade para acompanhar a apresentação do relatório sobre possíveis violações dos direitos humanos cometidas durante a ditadura militar por Belgo, Mannesmann e Embraer.
O relatório, produzido pelas historiadoras Tayara Lemos, Marina Camisasca e Elaine Bortone, foi apresentado na última sexta-feira, dia 14 de junho, em evento que faz parte das comemorações dos 90 anos do Sindimetal.
O estudo sobre violações dos direitos humanos durante a ditadura militar é a segunda fase do projeto, que tem mais uma fase em andamento. Os dois primeiros relatórios foram encaminhados ao Ministério Público Federal e ao Ministério Público do Trabalho.
Em comum, segundo as pesquisas, Mannesmann (atual Vallourec), Belgo-Mineira (incorporada pela ArcelorMittal), e Embraer têm o fato de terem colaborado com os governos militares para reprimir movimentos grevistas e perseguir trabalhadores filiados a sindicatos. “A repressão à classe trabalhadora não tem outro objetivo senão reprimir qualquer tentativa de modificar o status quo”, explicou a pesquisadora Tayara Lemos.
“O objetivo é ampliar o conhecimento sobre esse período da história do país e promover os devidos processos de responsabilização e reparação por violações de direitos humanos”, disse Geraldo Valgas, presidente do Sindimetal.
Entre as antigas lideranças sindicais que participaram do evento, vale destacar a presença do ex-presidente do Sindimetal em 1967, Antônio Santana Barcelos, os ex-diretores Geraldo Baulino, Paulo César Funghi, Zé Maria de Almeida, Albenzio Boné, Horaldo, José Vieira, Otomar Lúcio, Norando Biel, entre outros.
O evento também contou com a participação do superintendente do Ministério do Trabalho, Carlos Calazans, representante do Ministério Público Federal (MPF), Ângelo Giardini, representante do Ministério Público do Trabalho (MPT), Sônia Toledo, o presidente da Central Única dos Trabalhadores de Minas Gerais (CUT/MG), Jairo Nogueira Filho, além de representantes da CTB, Força Sindical, Conlutas, Nova Central, entre outras.
