Sinttro-JF denuncia que não houve garantias mínimas dos direitos dos funcionários, com a retirada da cesta básica e 50% do salário, algo não aceito pela categoria
Menos de um mês após reunião de conciliação entre Sindicato, empresas do transporte e Promotoria de Justiça, que colocou fim em uma paralisação, rodoviárias e rodoviários de Juiz de Fora, em Minas Gerais, voltaram a cruzar os braços na terça-feira, 18 de agosto de 2020.
Segundo nota divulgada pelo Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Transporte Coletivo Urbano, Intermunicipal, Interestadual, Fretamento e Turismo (Sinttro-JF), não houve garantias mínimas dos direitos dos funcionários, com a retirada da cesta básica e 50% do salário, algo não aceito pela categoria.
A paralisação se iniciou na madrugada com toda a frota parada, mesmo com o sindicato em nota dizendo que 30% dos ônibus estariam nas ruas.
O Sinttro alega que a Goretti Irmãos Ltda (GIL) não cumpriu o acordo firmado no mês anterior, e não pagou a parcela dos salários como combinado.
A greve iniciada na terça-feira, 18, foi previamente comunicada nos canais do sindicato e definida em assembleia realizada na semana passada.
A paralisação foi mantida no dia seguinte. Segundo o Sinttro, as empresas não cumpriram garantias mínimas para que não fosse descontado 50% do salário e as cestas básicas, algo que a categoria como um todo não aceitou.
Por conta dos atrasos salariais, foram feitas paralisações durante a pandemia. De um lado, os trabalhadores, por meio do Sinttro, reivindicam o pagamento de direitos. As empresas, do outro, estão contestando os pedidos e ressaltando os prejuízos na pandemia em razão das medidas de combate ao coronavírus, reduzindo drasticamente as receitas e a arrecadação do setor
como um todo.
Em julho, durante interrupção do serviço por três dias, a Promotoria de Justiça atuou como uma mediadora com o sindicato e as empresas São Francisco, Goretti Irmãos Ltda, Ansal e Tusmil, firmando um acordo de pagamento dos benefícios e direitos de trabalho, como condição para encerrar a greve.
Nota do Sinttro-JF
Os companheiros e companheiras rodoviários seguem com uma greve histórica que marca a luta da categoria por direitos básicos como o recebimento regular dos salários, dos tickets alimentação e cestas básicas, e por melhores condições de trabalho diante de uma pandemia que já matou milhares de pessoas no país em centenas na cidade. Mesmo diante de uma liminar da Justiça que obriga o retorno de pelo menos 60% da frota, sob pena de multa, os trabalhadores e trabalhadoras seguem resistindo bravamente.
A categoria está na linha de frente nesse momento, em um serviço essencial para a toda a população e merece respeito.
Em passeata, centenas trabalhadores e trabalhadoras protestam nas ruas do centro da cidade neste momento, após estarem nas garagens das empresas durante toda a madrugada.
Estamos acompanhando cada passo dessa luta e seguimos à disposição. O abaixo-assinado pela manutenção dos direitos da categoria e por mais transparência no transporte público municipal já está assinado por nós e você também pode assinar aqui: http://chng.it/vwm6mJSk
Somente uma classe trabalhadora unida pode barrar a tentativa de retirar de direitos!